VIPER marcou retorno após 15 anos com o lançamento do novo disco Timeless, que está disponível em CD na loja oficial do Wikimetal. O álbum, que sucede All My Life (2007), também é o primeiro com a atual formação composta por Leandro Caçoilo (vocal), Kiko Shred (guitarra), Pit Passarell (baixo e vocais) e Felipe Machado (guitarra) e Guilherme Martin (bateria).
O trabalho de inéditas disponibilizado via Wikimetal Music em junho é produzido por Maurício Cersosimo e co-produzido pelo ex-membro Val Santos. A gravação do álbum ainda contou com especiais participações de outros integrantes anteriores como Yves Passarell, Hugo Mariutti e Daniel Matos, irmão do saudoso vocalista Andre Matos.
Agora, Felipe Machado e Guilherme Martin comentam faixa a faixa o álbum trazendo a história por trás da canções, as inspirações e mais. Confira logo abaixo.
1. “Under the Sun”
Felipe Machado: Grande música para abrir um disco – tão boa que também escolhemos para abrir os shows. Foi o primeiro single e o primeiro clipe, e é um bom cartão de visitas para o público saber que o VIPER está de volta com força total.
Guilherme Martin: Espontaneamente se tornou um clássico do VIPER, reuniu todos os elementos que remetem a memória dos fãs da banda.
2. “Freedom of Speech”
Felipe Machado: Não é costume do VIPER fazer letras políticas, mas o mundo vive um caos tão grande que achei importante abordar esse tema. Muitos políticos usam o conceito da liberdade de expressão para atacar a própria liberdade de expressão. O som é muito inspirado naqueles riffs antigos do Iron Maiden, perfeitos para o público cantar junto ao vivo. Gosto muito desse solo do Kiko também.
Guilherme Martin: Uma música direta com refrão forte e no melhor estilo VIPER!
3. “Timeless”
Felipe Machado: Essa música é minha favorita do disco porque acho que representa bem esse novo estilo do VIPER. Ela olha para o passado e para o futuro ao mesmo tempo. Tem uma sonoridade original, mas remete aos tempos do Soldiers of Sunrise e Theatre of Fate. A letra diz um pouco como me sinto em relação à banda.
Guilherme Martin: Música tema do disco. Heavy metal tradicional com um refrão e instrumental melancólicos e com um trabalho de guitarra (solos e riffs) muito marcantes.
4. “The Android”
Felipe Machado: Porrada. Não tem outra palavra para definir essa música. Ela é energética e perfeita para tocar ao vivo. O Pit conseguiu fazer uma música mais Motörhead que o próprio Motörhead.”
Guilherme Martin: A volta de Pit Passarell aos vocais em uma música do VIPER! Mostra a genialidade do Pit em outros estilos, e mata a saudade da voz e atitude do VIPER na fase em que ele esteve à frente como frontman.
5. “The War”
Felipe Machado: Obra-prima que mostra como o Pit é um gênio. É uma música complexa, cheia de partes e referências ao próprio passado do VIPER, mas com um olho no futuro. É uma letra incrível também, muito inteligente. Entre as músicas do Pit desse disco, é minha favorita.
Guilherme Martin: É uma peça, mais que uma música. Remete ao Theatre of Fate, com um tema conceitual e 10 minutos de duração. É com certeza uma das minhas favoritas!
6. “Angel Heart”
Felipe Machado: É uma típica composição do Pit: original e difícil de definir. O fato de ele cantar imprime à música uma mensagem indiscutível – afinal, o “demônio com coração de anjo” é a melhor definição para ele mesmo.
Guilherme Martin: Essa é a música mais particular do Pit nesse álbum, a letra trata de temas polêmicos e atuais, e é impossível ouvi-la e não sair cantando.
7. “Light in the Dark”
Felipe Machado: Primeira música do Leandro Caçoilo na banda. Tem um riff muito legal e uma linha vocal incrível. É uma grande interpretação do Leandro, nessa canção ele mostra porque é um dos maiores vocalistas do mundo hoje. O solo do Kiko é um dos favoritos do disco.
Guilherme Martin: Estreia do Leandro Caçoilo como compositor, é uma música no melhor estilo heavy metal tradicional que é a grande característica dele como vocalista.
8. “Echoes in the Mirror”
Felipe Machado: É uma música mais moderna e tem uma letra mais reflexiva, como se eu estivesse conversando comigo no espelho. Traduzido, o trecho que mais gosto é esse aqui, que eu mesmo canto no disco: “Nós nos sentimos invencíveis / Jovens e irresistíveis / E tudo é possível / Quando somos irresponsáveis”.
9. “VIT Righta”
Felipe Machado: O Pit tem um estilo muito único de compor. D mesmo jeito que ele faz lindas melodias, pode fazer canções poderosas e agressivas. É o caso de “VIT Righta”, que tem uma pegada ainda mais sombria que o material de Coma Rage.
Guilherme Martin: Mais uma música interpretada pelo Pit à frente dos vocais, que passa por um ritmo proto industrial a lá Killing Joke a um pós punk do Joy Division. Mostra que o Pit como compositor não tem limites e viaja por vários estilos musicais.
10. “Thais”
Felipe Machado: Mais uma linda balada composta pelo Pit. É emocionante lembrar que ele fez essa música para a Thais, nossa amiga tão querida que nos deixou tão cedo. Ela se foi na mesma época do Andre, o que tornou esse período ainda mais triste para todos nós, principalmente para o Pit.
Guilherme Martin: Uma linda homenagem à ex-esposa e mãe da filha do Pit. É uma power ballad no melhor estilo brit pop, cantada pela Natacha Cersosimo, e com arranjos instrumentais de Hugo Mariutti e Fábio Ribeiro.
11. “Reality”
Felipe Machado: Pensei em fazer um contraponto a “Illusions”, introdução do Theatre of Fate. É natural ter ilusões quando se é mais jovem, porém no decorrer da vida o que importa mesmo é o peso da realidade.