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Capa do álbum 'In Utero', do Nirvana

Capa do álbum 'In Utero', do Nirvana. Crédito: Divulgação

Violinista de ‘In Utero’, do Nirvana, fala sobre álbum pela primeira vez

Ela conta como conseguiu o trabalho, como foram as gravações e revela um desconforto com Courtney Love

A violoncelista Kera Schaley tocou em várias bandas ao longo dos anos, mas ela é mais conhecida por um trabalho que durou dois dias.

Em 1993, Schaley gravou partes de violoncelo em duas músicas do In Utero do Nirvana, “All Apologies” e “Dumb”, bem como o lado B de Dave Grohl, “Marigold”. Ela raramente comentou sua experiência trabalhando no álbum, mas em uma entrevista recente com a Rolling Stone Music Now ela falou sobre o assunto.

Na conversa, Schaley diz que recebeu a ligação para tocar no In Utero por estar namorando o produtor Steve Albini na época, então ela foi a primeira ligação óbvia quando Kurt Cobain manifestou interesse em recrutar um violoncelista para o disco.

“Eu estive lá por só dois dias. Éramos só eu, Kurt e Steve no estúdio. Steve e eu fomos primeiro para que eu pudesse escutar as músicas, porque não havia escutado ainda. Bolei as partes bem rápido. Mostrei para o que tinha pensado para ‘Dumb’ e ele falou: ‘É, isso é bom. Você tem como espelhar o que estou tocando nessa linha de guitarra também?’. Eu não lembro se afinei o violoncelo meio tom mais grave ou não, mas Kurt brincou: ‘É, todas as canções de rock são em Mi, então a gente afina meio tom pra baixo pra soar um pouco diferente’. [Risos] Estava acostumada com pessoas tendo pouco dinheiro e precisando gravar super rápido. Então, demorei uns três takes até acertar. Eu falava: ‘Me desculpe’. E ele dava risada.”

“O engraçado de ‘All Apologies’ é que Steve continuou tentando convencê-lo a não colocar violoncelo nela… Não é engraçado?”, contou Schaley. “Ele estava falando sem parar que não deveria colocar violoncelo nele. E eu acho que estava sendo sarcástico e pensei: ‘Essa é a alegria da gravação multipista, eu posso gravar e você pode retirá-la’. Mas Kurt e eu vencemos no final, então eu pude jogar aquele e aquele foi realmente improvisado.”

“Acho que só ouvi uma vez e então tive algumas ideias e comecei a fazer coisas. E eu acho que eles apenas mantiveram a parte da jam, onde eu apenas tocava junto. E mais tarde, ele adorou o som profundo, como o som realmente profundo e gemido das notas graves (…) E eu tenho algumas partes barulhentas lá. Também gosto de fazer barulho no violoncelo. E se você ouvir alguns sons estridentes no final, sou eu.”

Mais tarde, Schaley discute um insulto de Courtney Love na biografia do Nirvana de Michael Azerrad, Come As You Are. “Ela não fala meu nome, mas faz todas essas referências e todos meus amigos mandaram dizendo: ‘olha o que ela falou sobre você’. Achei bem escroto para alguém que se diz feminista. Então mandei uma carta de zoeira pra ela, tirando sarro dela por isso. Ela me ligou no meio da noite uma vez, e eu honestamente estava bem grogue, mas o jeito dela se desculpar foi dizer: ‘Desculpa você ter pensado que estava falando sobre você’. [risos]”

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