Encerrando sua passagem pelo Brasil, o Venom esteve em Belo Horizonte no último domingo, 01. Foi a segunda vez da banda na cidade – a primeira foi em 1986. Desta vez acompanhados de Flageladör e dos estadunidenses do Warbringer, o trio pioneiro do black metal lotou o Mister Rock numa noite histórica.

Abrindo a noite, as luzes verdes do palco introduziram Flageladör ao público. Fundada em Niterói e prestes a completar 25 anos, o quarteto traz letras em português e uma sonoridade que mistura a velocidade do speed e a crueza do thrash metal – tendo inclusive inspirado muitas das bandas brasileiras atuais.

Liderados por Armando Executor, sempre vestindo seu capuz de carrasco, a banda iniciou a apresentação com “Ultimatum/Flagelador”, que abrem o álbum A Noite do Ceifador (2017), e logo depois tocaram “Conjuração”, do novo álbum Culto Aos Decibéis (2024).

Ao fim de “Máxima Voltagem”, do álbum Predileção Pelo Macabro (2019), o público gritou o nome da banda e Executor agradeceu, dizendo que “BH é a capital do metal extremo”.

Mais à frente, o frontman dedicou “Queimando nas Chamas do Heavy Metal”, também de Predileção Pelo Macabro (2019), a Pit Passarel e Paul Di’Anno, que faleceram neste ano. A banda fechou seu show com “Unidos Pelo Metal”, do LP A Noite do Ceifador (2017), com o público cantando junto.

Logo depois, foi a vez de Warbringer dar um espetáculo de muito peso, com cabeças batendo intensamente e vários moshs. Iniciando o setlist com “Firepower Kills”, do mais recente lançamento, Weapons of Tomorrow (2020). John Kevill começou sem voz – seu microfone estava com algum problema.

Seguindo até a terceira faixa – “Living Weapon”, do disco Worlds Torn Asunder (2011) – no microfone do lado direito do palco, o frontman não perdeu a postura em momento algum. Ao longo do show, Kevill interagiu bastante com o público, e a banda se mostrou muito à vontade em sua primeira apresentação em Belo Horizonte.

Encerrando a noite, com a iluminação do palco intensamente vermelha, o Venom assumiu seu posto de atração principal. Abrindo com o clássico “Black Metal”, do álbum homônimo, de 1982, o trio fez o público gritar o refrão em uníssono e “entregar suas almas aos deuses do rock n’roll”.

Sem perder um segundo, a banda lançou “Welcome to Hell”, do primeiro álbum, Welcome to Hell (1981), numa versão cadenciada, como na gravação original. A quarta canção, “Bring Out Your Dead” de Storm the Gates (2018) foi uma das poucas músicas que não fazia parte dos dois primeiros álbuns.

Conrad “Cronos” Lant, baixista e vocalista, fez vários elogios à plateia. Mesmo com o sotaque de Newcastle, foi possível entender o quanto o líder do trio estava feliz em estar ali – apesar do “calor de derreter”, segundo ele.

Stuart “La Rage” Dixon (guitarra) fez bastante pose para as fotos do público, enquanto o baterista Danny “Danté” Needham fazia acrobacias com as baquetas – incluindo usar seu conjunto de pratos absurdamente altos.

Em uma de suas pausas, Cronos declarou: “É muito bom ver gente nova no show, colada na grade. O metal vai passar de geração em geração em geração. E depois de muito tempo que eu estiver morto, vocês ainda vão continuar a curtir!”.

A plateia que lotava a pista, ao ponto de ser quase impossível se deslocar, cantou junto as letras de “Don’t Burn the Witch” e “Countess Bathory”, de Black Metal (1982). 

Depois de uma pequena saída, a banda voltou, ovacionada pelo público, para concluir com “Witching Hour” e “In League With Satan”, de Welcome to Hell (1981).

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