Em participação no The Wikimetal Happy Hour, Val Santos falou sobre o processo de produção do primeiro disco do Toyshop, Party Up (1999), que recebeu o antigo nome da banda de rock alternativo, e de que modo o No Doubt influenciou o projeto.
De acordo com Val, a primeira versão do disco foi produzida por Iggor Cavalera, que na época tocava no Sepultura, mas o Toyshop passou a enfrentar problemas com sua gravadora, a Banguela Records, que teria “jogado a banda para escanteio”. Cavalera então teria deixado uma cópia do disco na Roadrunner, gravadora responsável pelo Sepultura, de quem o Toyshop recebeu uma proposta no dia 1º de janeiro de 1996.
A banda então viajou para os Estados Unidos para gravar uma nova versão do disco com um novo produtor, e foi sugerido que algumas mudanças fossem feitas na imagem e no trabalho do grupo. “Fomos fazer uma nova gravação com outro produtor, mas eles não queriam mais que eu cantasse porque eles achavam que [o som] ia ficar muito pesado,” conta Val. “[Sugeriram] só deixar a Natacha (Cersosimo) para ficar um pouco mais pop, e quem estava estourando na época era o No Doubt, então eles queriam um som mais ou menos naquela linha.”
O grupo foi então procurado pela produtora Sylvia Massy, que já tinha trabalhado com Johnny Cash e System of a Down em seu álbum de estreia, e as gravações aconteceram no estúdio Sound City, que tinha sido usado anteriormente por Dio na gravação do Holy Diver (1983), e também pelo Nirvana. “Eu usei até as coisas que o Kurt Cobain usou pra gravar o disco,” conta Val.
Infelizmente, a carreira do Toyshop não atingiu o patamar esperado pelos integrantes da banda, o que Val Santos associa com uma falta de paciência da gravadora para deixar que a banda construísse uma carreira completa. “Eles queriam que o Toyshop estourasse logo, mas a gente precisava de um degrau a degrau para se habilitar a falar inglês melhor, a fazer shows… O Sepultura se ambientou, por isso eles tiveram uma puta carreira. A gente não,” conta. “Anos depois eu descobri sem querer, na internet, que eles estavam usando músicas novas em filmes de Hollywood e a grana entrava para eles, mas não entrava para nós.” Confira o trecho da conversa:
LEIA TAMBÉM: Toyshop: Val Santos conta bastidores da formação da banda