Em uma coluna da Classic Rock, em que convidados são chamados para falar sobre algumas de suas maiores influências, Tom Morello revelou que The Clash é sua banda preferida “de todos os tempos” e fez uma linda declaração de amor e admiração pela banda.

London Calling foi o ponto de lançamento do meu amor pela banda. Até eu descobrir o punk, eu era um fã de heavy metal e foi a capa do álbum que primeiramente despertou meu interesse e me fez pensar: ‘Quem é essa ótima nova banda de heavy metal?’”, ele escreveu.

O icônico guitarrista não poupou elogios às lendas do punk e explicou o motivo por toda essa admiração. Leia abaixo a matéria feita por Morello na íntegra.

“Eu devorei aquele disco. Eu não podia acreditar quão bom ele era; ele fez com que muito da minha coleção de heavy metal parecesse boba. Era música com a qual eu me identificava liricamente muito mais do que as letras tipo Dungeons & Dragons [RPG de mesa] dos meus antepassados do metal. A convicção com a qual a banda tocava e com a qual Joe Strummer cantava era indescritível.

Foi em uma época que eu estava me tornando politicamente envolvido, e essa banda me fazia sentir como se não estivesse sozinho; era uma banda que falava a verdade — ao contrário do meu presidente, ao contrário das pessoas nos noticiários nacionais, ao contrário do meu professor — e eu pensei: ‘estou dentro’.

Escrevi minha primeira canção política imediatamente depois de ouvir o London Calling. Era chamada ‘Salvador Death Squad Blues’. A possibilidade de combinar música de chutar bundas e conteúdo lírico que importasse se tornou real.

Na época, era dito que o The Clash era a única banda que importava, e realmente parecia ser o caso. O The Clash era mais que uma banda punk, eles eram muito mais aventurosos musicalmente, e London Calling era realmente o disco no qual eles incorporaram música de todo o mundo e toda canção soava como o The Clash.

O álbum foi uma revelação; ele realmente fez tudo parecer possível, como se você pudesse tocar uma música de Reggae, ou uma música de hard rock. London Calling me fez perceber que havia bandas por aí que estavam dispostas a falar a verdade e de uma forma sem hesitação, sem comprometimentos, na qual todas as notas da música e todas as letras importavam. Isso era totalmente novo para mim. E eles tinham roupas descoladas.

Eu toquei a música ‘London Calling’ em incontáveis bandas cover através dos anos. Eu não tinha exatamente certeza do que o Joe Strummer falava sobre mas parecia apocalíptico e eu sabia que ele estava certo. A sutilidade e o humor em suas letras é muitas vezes ignorada. Aquele cara fazia letras ótimas. Há tanta coisa acontecendo; o Joe Strummer era um cara profundo.

Foi também o primeiro álbum que eu vi ter um adesivo de recomendação de faixa etária, e isso também adicionou ao seu apelo e perigo.

Eu não podia acreditar que havia uma banda para mim. Até então, eu estava me conformando. Quando eu descobri o The Clash eu não tive mais que me conformar.”

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Jornalista musical há 8 anos, é editora do Wikimetal, onde une suas duas grandes paixões: música e escrita. Acredita que a música pesada merece estar em todos os lugares e busca tornar isso realidade. Slipknot, Evanescence e Bring Me The Horizon não podem faltar na sua playlist.