Texto por Raissa Carvalho

Há quem diga por aí que o “rock nacional morreu”, mas a verdade é que ele resiste e encontra um público fiel para além das grandes capitais e shows internacionais no Allianz Parque. O último dia da 10ª edição do Festival Suíça Bahiana foi uma bela prova disso, trazendo resistência, regionalidade e uma juventude disposta a aproveitar gêneros musicais pouco ofertados pela grande mídia.

Quem compareceu ao Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima no domingo, teve a oportunidade de curtir bandas de alta performance. Destaque, em primeiro lugar, para a banda Drenna (RJ), que se apresentou no meio da tarde e encontrou um público ainda tímido, mas que rapidamente se rendeu ao vocal potente da cantora e guitarrista Drenna Rodrigues. 

Potência também foi marca do Clube dos Patifes, a banda de Feira de Santana (BA) é referência regional quando o assunto é a mistura do rock com o blues e presenteou quem os assistia com músicas do seu mais recente projeto: Macumba. A presença do atabaque, do saxofone e do cheiro de alfazema apresentou ao público o gênero chamado pelo grupo de “Candoblues”.

Os filhos da casa deram orgulho à cena

Com 12 anos de estrada e um som que nasce da união do Hardcore com o Baião, a banda local Dona Iracema puxou a primeira roda-punk do festival. Letras que abordavam pautas políticas complexas somadas à energia e carisma de Balaio, a vocalista da banda, formaram o combo perfeito para fazer o público suar e vibrar na frequência do “caatincore”.

Outra banda de Vitória da Conquista que fez a Suíça Bahiana pegar fogo foi a Cama de Jornal. E não por acaso! O grupo é veterano e está há mais de 23 anos levando punk rock para o sertão baiano. O resultado não poderia ser outro, enquanto a geração mais velha cantava empolgada cada letra de música, a mais nova pulava e se divertia com o som que acabava de conhecer. Destaque para a roda-punk apenas com mulheres puxada pela banda no meio do show.

O que o Supla tem?

O molho! A atração mais esperada do dia era sem dúvidas o show do Supla e Os Punks de Boutique. E toda a expectativa foi recompensada com uma apresentação que entregou o melhor do Papito: muita energia, diversão, presença de palco e conexão com o público. Quem estava presente se sentiu muito próximo do cantor e curtiu a última banda do dia com a disposição de quem curte a primeira.

Durante o show, Supla utilizou das artimanhas do teatro para apresentar as suas músicas mais novas, fez uma versão punk rock de alguns clássicos famosos e até dividiu o palco com um cachorrinho misterioso que insistia em participar. Por fim, ficou uma mensagem: a lenda do punk rock nacional está vivíssima!

A 10ª Edição do Festival Suíça Bahiana – A Conquista do Mundo foi uma realização da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista com o Coletivo Suíça Bahiana. Além de um line-up diversificado, o evento contou com a entrada gratuita, dois palcos, espaço kids, área gastronômica e uma feira de empreendedorismo.

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