O Summer Breeze Brasil aconteceu durante os últimos dias, na sexta-feira, 26, sábado, 27, e domingo, 28, com todas as coberturas já publicadas aqui no Wikimetal.
Contando com um line-up repleto de artistas de diferentes estilos, o festival de metal encerrou-se com o retorno muito aguardado do Mercyful Fate.
A banda trouxe um dos palcos mais cenográficos de todos os shows do festival e, antes mesmo de iniciar, trazia uma grande bandeira com seu nome estampado.
O vocalista King Diamond utilizava a cabeça de uma cabra como acessório quando o grupo iniciou seu show, de maneira icônica e explosiva, com a “The Oath”, do álbum Don’t Break The Oath (1984).
Seguindo na mesma linha veloz que a primeira música — e que se estendeu por todo o show da banda — veio “A Corpse Without A Soul”, que traz um excelente e melódico riff de guitarra. Já de início, é possível ver o quão elevada é a habilidade do guitarrista Hank Shermann, o que volta a aparecer no solo da faixa.
Em entrevista exclusiva com o Wikimetal, ele falou sobre a nova baixista do Mercyful Fate, Becky Baldwin. Ela entrou recentemente no grupo e, como bem disse o guitarrista, já está muito bem conectada e envolvida com o restante da banda, sendo uma boa adesão ao quadro de integrantes.
“The Jackal Of Salzburg” veio em seguida. A música é um novo trabalho do Mercyful Fate, completamente sombria, e alterna entre momentos de potência e outros com uma redução no instrumental, que leva a algo mais suave, mas ainda assim, que gera uma tensão. A música é simplesmente sensacional, e o grupo entrega uma performance repleta de poder.
A voz de Diamond é, definitivamente, algo que não vai agradar a todos. São poucos os momentos em que ele canta em tons mais graves, sendo a maioria em agudos que podem cansar, mas inegavelmente, são marca registrada, tanto de sua carreira solo, quanto da banda.
Integrando um dos álbuns de maior sucesso do grupo dinamarquês, Melissa (1983), eles tocaram “Curse of the Pharaohs”, em um solo muito bem executado por Shermann.
Mais uma do Don’t Break The Oath, “A Dangerous Meeting” tem uma introdução com pesadas linhas de baixo que já criam ambientação para a música. Outro detalhe crucial da faixa, são os vocais, perfeitamente alinhados com o restante do instrumental, que conversam muito bem entre si. A dupla de guitarras não estaria completa sem Mike Wead, que toca muito bem o solo da faixa.
“Doomed By The Living Dead” continuou, com a banda entregando uma performance que torna impossível não cantar e bater cabeça junto, trazendo o toque final da bateria de Matt Thompson, substituto de Bjarne T. Holm, que fez tudo tremer.
A introdução de “Melissa” é, uma das melhores da discografia da banda. Facilmente reconhecida, ouvi-la ao vivo é ainda mais emocionante. Mostrando toda sua habilidade, Diamond volta a brilhar nessa faixa, soltando a voz, com bastante habilidade e controle absoluto.
Mais uma vez, Wead entrega outro solo repleto de técnica e precisão.
Outra música que é uma potência completa, “Black Funeral”, do mesmo álbum que a anterior, abalou todas as estruturas do Summer Breeze, trazendo um riff acelerado e rítmico.
Sempre que podia, o público entoava o canto com o nome da banda, mostrando o quanto sentiu falta de sua presença aqui no Brasil.
A apresentação seguia de maneira impecável, mas foi quando tocaram “Evil” que uma chave foi virada. Os guitarristas desempenharam uma apresentação completamente acima da média.
“Come To The Sabbath” foi outra que igualmente empolgou ao público.
A banda saiu do palco após essa música, fazendo uma pausa um tanto quanto longa. Tema bem presente nas músicas e estética da banda, o diabo está presente na extensa “Satan’s Fall”, que dura mais de 11 minutos.
Ela é um perfeito exemplo de tudo o que eles são capazes de fazer, até os mínimos detalhes alinhados, funcionando bem e em perfeita harmonia.
Não é à toa que o Mercyful Fate era uma das bandas mais esperadas de todo o festival — especialmente, pela quantidade de anos que demorou para retornarem ao Brasil. Seu show é, definitivamente, uma aula de como se fazer um clássico heavy metal, sem pontos baixos ou momentos de desânimo.
A dupla de guitarristas é um espetáculo à parte, entregando cada solo e cada riff com precisão e técnica. Baldwin foi a escolha certa para assumir o baixo da banda, executando perfeitamente suas partes. Wead não decepciona, e desempenha bem a sua função. Tudo isso é unido por King Diamond, um dos maiores vocalistas da história do metal.
Nossa colaboradora Leca Suzuki registrou o show com fotos exclusivas que você pode conferir na galeria abaixo.