A segunda edição do Summer Breeze Brasil oficialmente começou. No mesmo lugar da primeira vez, o Memorial da América Latina recebe, nesta sexta, sábado e domingo, 26, 27 e 28, a versão nacional do festival alemão, com um aumento em seu line-up total com relação ao ano anterior.
Flotsam & Jetsam
O show do Flotsam & Jetsam abriu os trabalhos do Hot Stage às 12h, em um sol de rachar. Anteriormente a ele, tivemos o show do Nestor, no palco gêmeo ao lado, Ice Stage, e a performance do Cultura Tres do outro lado do Memorial, no Sun Stage, enquanto acontecia a apresentação do Clash Bulldog’s no Waves Stage.
Por ser em um horário cedo, ainda não havia muita gente na plateia assistindo, mas a banda definitivamente entregou uma performance que merecia ser assistida. Cheia de técnica, velocidade e potência, o Flotsam & Jetsam fez um show poderoso e com um detalhe especial. Era possível sentir as vibrações no chão a todo instante.
Com riffs de guitarra marcantes e solo icônicos de Michael Gilbert e Steve Conley, as linhas pesadas de baixo de Billy Bodily, os vocais absurdos de Eric A. Knutson e o braço pesado de Ken Mary, a performance exalou tudo o que um bom thrash metal pode ter.
Um exemplo disso, foi a apresentação de “I Live You Die”, de No Place For Disgrace (1988), que iniciou-se com um riff de baixo que parecia um trovão, aliando-se ao restante dos instrumentos, tornando-a uma das melhores do setlist.
Encerrando em grande estilo, a banda prometeu voltar – e esperamos que seja logo.
Edu Falaschi
Uma das grandes facilidades do Summer Breeze Brasil é os palcos Hot e Ice Stage. Você, literalmente, caminha poucos metros e já está no palco ao lado, motivo este para os intervalos entre os shows serem tão pequenos.
O show do Flotsam & Jetsam se encerrou às 13h, e pontualmente, às 13:05, já se iniciou o show de Edu Falaschi.
Promovendo uma grande interação com o público, os fãs engajavam sempre que o vocalista “puxava”, ainda que meio tímida em alguns trechos. Toda a banda é formada por músicos talentosos.
Muito carismático, agradeceu aos fãs pela presença e falou sobre seu amor pelo hard rock – gênero que cresceu ouvindo.
Um dos momentos mais emocionantes foi a performance de “Heroes Of Sand”, do Angra, lançada em 2001, no excelente Rebirth.
Algumas outras músicas de sua época no grupo de power metal também integraram o setlist, como “Waiting Silence”, do álbum Temple Of Shadows (2004), mas também de sua carreira solo, como “Sacrifice”, e a potente “Eldorado” que nomeia o álbum mais recente, lançado em 2023.
“The Temple Of Hate” também é uma boa faixa para estar no setlist. Além de ser uma boa faixa, engajou o público.
A linda power ballad “Bleeding Heart”, do Hunters And Prey (2002) também foi bem recebida, com uma ótima performance.
Após um problema técnico, muito bem lidado por Falaschi, a base de brincadeiras e a cantoria de um trecho de “Pegasus Fantasy” — sim, de Cavaleiros do Zodíaco — eles tocaram “Rebirth”, do álbum de mesmo nome, com as guitarras no volume máximo, em uma performance que era possível perceber ser uma das mais aguardadas pelo público.
Assim como “Nova Era”, um dos maiores clássicos frase do artista no Angra. A música já é energética em sua versão de estúdio, mas ao vivo é ainda mais marcante e poderosa.
O setlist traz muitas músicas excelentes, mas a questão é a voz de Falaschi. Ea possível perceber o vocalista com dificuldade de atingir algumas das notas altas, com a voz até sumindo.
Em um geral, foi um bom show, mas esses trechos quebram a levada das canções.
Tygers Of Pan Tang
Literalmente atravessando o Memorial da América Latina em cinco minutos, chegamos ao Sunset Stage e às 14:30 inicia-se o show de uma das melhores bandas do movimento New Wave Of British Heavy Metal, Tygers Of Pan Tang.
Já quebrando tudo, a banda toca “Euthanasia”, do The MCA Years, com os vocais impressionantes de Jacopo Meille, que mostrou a que veio nos primeiros momentos em cima do palco.
A banda fez uma performance completamente alinhada, e um exemplo disso, foi a apresentação de “Only The Brave”, do álbum auto-intitulado de 2016.
Em seguida, veio “Fire On The Horizon”, a melhor – se não a melhor – faixa do mais recente álbum da da banda Bloodlines (2023) em mais uma apresentação que elevou a régua. Este álbum está presente na Wikimetal Store, clique aqui para acessar.
Antes do vocalista anunciar a música, revelou que ela fazia parte do álbum Ambush (2020), e a plateia gostou muito do que ouviu e então, a banda tocou “Keeping Me Alive”, que traz um viciante riff de guitarra.
O Tygers Of Pan Tang é uma daquelas bandas que soa tão bem ao vivo quanto em estúdio. A química deles é palatável e são um grupo obrigatório para qualquer um que goste do bom e velho heavy metal.
Um ponto de altíssimo destaque, foi a clássica dinâmica em que o vocalista canta algo e a plateia repete. É clichê? Sim, mas anima a qualquer um.
O show da banda durou uma hora, mas facilmente, poderia demorar mais meia, uma hora, que fosse. A banda é realmente muito talentosa e são ainda melhores ao vivo, é uma pena a banda não ter tanto reconhecimento quanto outros nomes dentro do estilo.
Exodus
Já com o sol dando uma trégua, o Exodus fez uma abertura de show potente e bem aclamada pelos fãs, que comemoraram assim que a banda subiu ao Ice Stage.
Com seu som característico, veloz e poderoso, o grupo já iniciou com toda a sua potência. “And Then, There Were None” e “Piranha” são duas para os fãs do Bonded By Blood, de 1984 e antes mesmo que pudéssemos pensar, um mosh pit já acontecia.
“Brain Dead”, do Pleasures Of Flash, também merece ser destacada. Com um belo riff de baixo de Jack Gibson, a música já se inicia no melhor estilo thrash metal.
Uma grande qualidade do Exodus é a sua habilidade técnica, que impressiona. A banda traz músicos que entendem exatamente o que fazer e como fazer, resultando em um show que agrada a qualquer fã de metal.
A cada música que o vocalista Steve Souza anunciava, os fãs comemoravam, e com “A Lesson In Violence”, não foi diferente, que traz um solo de guitarra excepcional. Mais uma faixa do querido pelos fãs, Bonded By Blood.
A banda fez uma apresentação muito boa para seus fãs, como já são reconhecidos. Ao perguntar se os fãs estavam prontos para voltar para 1989, tocaram “Fabulous Disaster”, música que leva o mesmo nome do álbum.
Ao falar de Exodus, é impossível não citar Gary Holt. A lenda da guitarra entrega uma performance à parte, que verdadeiramente impressiona.
Ao final do show da banda, chega também ao fim a passagem do grupo pelo Brasil, que também passou por Curitiba e Belo Horizonte. Eles entregaram uma apresentação com clássicos e que, definitivamente, marcou a vida dos fãs que tiveram oportunidade de assistir à banda.
Nossa colaboradora Leca Suzuki registrou os shows com fotos exclusivas que você pode conferir na galeria abaixo.