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The Struts

The Struts quer lançar história em quadrinhos da banda

Atração do Lollapalooza 2019, quarteto conta quais superpoderes escolheriam se fossem transformados em heróis de HQ

Mesmo em um corredor repleto de artistas e membros da indústria musical, é impossível não perceber Luke Spiller como um astro. No último domingo, 7, horas antes de subir pela primeira vez ao principal palco do Lollapalooza Brasil, o vocalista do The Struts caminhava pelo backstage do festival com um macacão florido, botas douradas e óculos escuros parecidos aos usados por Johnny Depp no papel de Willy Wonka, na segunda versão de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005). Detalhe — o figurino não serviu para a apresentação no palco Budweiser, mas cumpriu função durante a entrevista exclusiva concedida ao Wikimetal.

Segundo o britânico, as escolhas ousadas de vestuário têm uma explicação muito simples. “Eu não ligo para moda. É ela quem liga para mim”, disse, com a mesma pose de rockstar da década de 1980 que chamaria a atenção do público enquanto fazia uma fervorosa performance com hits dos dois discos da banda — Everybody Wants (2016) e YOUNG&DANGEROUS (2018).

No palco, o quarteto originário da cidade britânica de Derby esbanjou confiança, mas, na conversa, confessaram que a apresentação funcionou como um “encontro às cegas”. “Eu não sei se as pessoas conhecem a nossa música por aqui. Vi alguns comentários nas redes sociais, mas nada além disso”, afirmou o vocalista, logo antes de perguntar ao empresário se tinham alguma música nas rádios brasileiras.

Esta foi a primeira vez de Spiller, Adam Slack (guitarra), Jed Elliott (baixo) e Gethin Davies (bateria) na América Latina – e os músicos vieram carregados de uma alta expectativa. “Dave Grohl nos contou que achava o Brasil o melhor lugar em todo o mundo para se apresentar”, relembrou. “E estamos prontos para ter a mesma opinião.”

Pelas redes sociais, parece que os músicos saíram de São Paulo concordando com o frontman do Foo Fighters – que já declarou achar o The Struts a melhor banda de abertura que o FF já teve. E o sentimento de pelo menos grande parte dos presentes foi recíproco, já que o carisma do grupo é indubitável, seja para cantar covers, como “Dancing In The Dark”, de Bruce Springsteen, ou composições próprias, como o hit “Body Talk”, gravado originalmente em dueto com a cantora pop Kesha.

“Nós a conhecemos nos Estados Unidos há alguns anos, enquanto tocávamos em uma festa de faculdade, e acabamos mantendo contato”, contou o baixista. “Quando estávamos com ‘Body Talk’ pronta para o disco, pensamos que seria divertido transformá-la em um dueto, ligamos para a Kesha e ela amou a ideia. No final, foi tão fácil gravar que deixamos tudo da maneira como aconteceu na primeira versão, incluindo as risadas e gritos. Dá para perceber como nos divertimos.”

Diferentemente de “Body Talk”, “Who Am I” foi uma canção de YOUNG&DANGEROUS que não foi incluída no setlist de 11 faixas do The Struts no Lolla, mas com certeza rende uma história melhor do que a parceria com Kesha. Um dos versos da música fala sobre os personagens Arlequina e Doutor Estranho, fato que abriu espaço para um questionamento sobre a relação do grupo com as histórias em quadrinhos.

“Nós já temos nossa própria caixa de cereal, queremos também a nossa própria HQ”, disse Slack, fazendo referência ao singular produto feito pela Funko, que vinha com um vinil exclusivo do single “21st Century Dandy”, e ganhou um comercial tão divertido quanto a proposta. Assista logo abaixo.

“A história [da HQ] seria sobre a banda em turnê, e cada um teria um superpoder próprio”, complementou Spiller. “Adam seria O Sedutor, e eu O Afastador de Mulheres. Jed seria o Sr. Educado e Gethin poderia ser o Sr. Fofo. O primeiro episódio se passaria na semana de moda, e estaríamos tentando entrar em uma festa com a Naomi Campbell e a Kendall Jenner. Mas é claro que seríamos barrados e o Sr. Fofo teria que agir um pouco como o ‘Gato de Botas’ do Shrek e usar as armas escondidas no chapéu para nos salvar.” Uma história que mostra que sobra criatividade para o quarteto britânico — e que eles não ligam para a sua opinião sobre o rock, contanto que eles ainda façam turnês mundiais, tenham caixas de cereais e histórias em quadrinhos com o nome do The Struts.

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