Steel Panther revive magia dos anos 80 com show quente de glam metal em São Paulo

Texto por Marcelo Gomes

Logo que adentrei a Audio Club, parecia que tinha entrado num túnel do tempo e fui transportado direto aos anos 1980. O público para o show do Steel Panther trajava calças de oncinha, muita renda, coletes com patches, os cabelos cheios de laquê, bandanas, enfim, tudo que remetia à época.

A noite prometia e a banda não decepcionou. Assim que Michael Starr (vocal), Satchel (guitarra), Spyder (baixo) e Styx Zadinia (bateria) subiram ao palco ao som de “Eyes Of A Panther”, a festa começou. Cheios de extravagância e irreverência, deixaram o público em êxtase numa performance arrebatadora. Tiraram o público do chão com “Let Me Cum In” e, ao final da música, testaram as habilidades vocais dos fãs, que deram um show. A noite estava apenas começando.

Antes de “Asian Hooker”, o guitarrista Satchel deu as boas vindas, dizendo que finalmente estavam no Brasil – e na cidade favorita deles no mundo. Em português, disse que ama peitos grandes e a banda fez até uma música cantando “peitos, peitos, peitos”, até que duas meninas tiraram suas camisetas e o público foi ao delírio. Os caras estavam animados e zoeira parecia não ter fim. Satchel anunciou uma lenda que influenciou uma muitas gerações, o vocalista Vince Neil, do Motley Crue, que “não pôde estar presente”. Se vocês acham que parou por aí, ledo engano.

Na sequência, Starr falou que Styx iria incorporar Rick Allen, o baterista do Def Leppard, nesse momento, Styx colocou o braço esquerdo para dentro da camiseta e tocou um trecho “Photograph”. O espírito da quinta série parecia não ter fim.

Voltando para as músicas, acharam uma representante da colônia asiática para dançar no palco durante a execução. É impressionante a habilidade dos caras de fazer a transição das brincadeiras para as músicas sem deixar o show esfriar. O público entrou no clima e nesse meio tempo jogaram uma calcinha para eles: era o que precisam para falar mais besteiras.

Em “Burden Of Being Wonderful”, o show tomou um rumo mais sentimental e mostrou a habilidade da banda em criar baladas cativantes. O riff poderoso “Friends With Benefits” trouxe de volta o lado mais metal do quarteto. A banda então saiu de cena, dando espaço para Satchel mostrar seu lado virtuoso num solo que conseguiu empolgar a galera. Logo chegou a hora de “Death To All But Metal”, provando que o Steel Panther também sabe fazer um som mais pesado e direto. Não é à toa que a faixa virou um dos clássicos deles e foi uma das mais esperadas da noite.

Do mais recente trabalho, o disco On A Prowl, de 2023, tocaram “1987”. A faixa levou todos a uma viagem nostálgica com uma grande homenagem aos lançamentos do ano e menções ao Guns N’ Roses, Whitesnake , Dokken, Ozzy Osbourne e grandes nomes que influenciaram muitos que vieram depois. Michael terminou de maneira emocionada, falando que sente saudades do Eddie Van Halen. Aliás, todos nós sentimos.

Aproveitaram para apresentar mais uma nova, dessa vez, a balada “Ain´t Dead Yet”. Para ficar mais especial, Starr tocou violão e o baterista tocou teclados. Claro que tudo isso foi motivo para mais piadas e vinhetas, até que música rolasse de fato sob as luzes dos celulares. A parte acústica continuou com mais uma convidada no palco. Todos os integrantes fizeram sátiras com ela, bem no estilo impróprio do Steel Panther, para então tocar “Girl From Oklahoma” acompanhada por palmas e cantada por todos.

Mas a noite fria de São Paulo esquentou mesmo quando o palco foi tomado por várias mulheres que dançavam e se insinuavam para os integrantes ao som de “Community Property”. Não foi diferente com “Party All Day”, que fechou essa parte do show no melhor estilo e excessos dos anos 80.

Sob muitos aplausos, a banda voltou para o bis com “Gloryhole”, que seria a última da noite, mas os caras decidiram tocar mais uma. A escolhida foi “Party Like Tomorrow Is The End Of The World” para fechar a festa com chave de ouro e consagrar o estilo de maneira épica.

Em resumo, o show foi uma viagem no tempo aos anos dourados do glam metal. A música, a presença de palco e a interação com público foram excelentes, não deixando dúvidas que hoje em dia o Steel Panther reina no estilo. Se você é fã do estilo e gosta de uma boa dose de humor, o show do Steel Panther é imperdível. Esteja preparado para festejar como se estivesse nos anos 1980, porque os caras sabem dar um show com um humor pitoresco resgatando o espírito da época.

Nossa colaboradora Jéssica Marinho também esteve por lá e cobriu o evento. Confira as fotos exclusivas logo abaixo.

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Redação

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