Sem dúvida o melhor disco de 2014 e o mais legal já feito pelo Slash desde o Guns N’ Roses”
Por Fabio Bonnies (*)
Quando os camaradas do Wikimetal me pediram para escrever sobre o novo álbum do Slash & The Conspirators me senti honrado, afinal me considero um dos maiores fãs desse cara.
O Homem da Cartola em questão tem uma das carreiras mais louváveis da música atual, dono de uma personalidade forte, transpira e inspira Rock N’ Roll na sua mais pura essência desde quando começou numa das maiores bandas de Rock da história, o Guns N’ Roses, e depois fazendo participações em trabalhos de estúdio e shows dos maiores nomes da música de todos os tempos.
Desde os tempos do Snakepit Slash tem lançado trabalhos incríveis, passando pelo Velvet Revolver e agora com seu trabalho totalmente solo, onde já lançou dois grandes albuns. Este, porém, superou todos os trabalhos anteriores. Quando ouvi sofri um choque, tanto pelas músicas ótimas cheias de riffs e solos marcantes que são sua especialidade, como pela produção. Assinado pelo produtor Michael Baskette (Ratt, Cinderella, Alter Bridge, Falling Reverse, Incubus) o álbum foi gravado totalmente em rolo, como as bandas faziam na época de ouro do Rock, e isso o deixou com uma sonoridade mais viva e visceral.
“World On Fire” é um álbum que dá vontade de ouvir no carro dirigindo sem rumo, ou até mesmo apagando as luzes, deitando na cama e prestando atenção em cada detalhe ou por fim num bar ou club agitando com seus amigos. Sem dúvida o melhor disco de 2014 e o mais legal já feito pelo Slash desde o Guns N’ Roses.
Se tudo isso que escrevi ainda não basta, vou lhes dar 17 motivos (faixa a faixa) para ouvir “World On Fire”, já que considero um álbum que não pode faltar na coleção de ninguém.
World On Fire: A faixa título que foi o primeiro single do disco começa com um riff certeiro que já te faz querer sair por ai a toda velocidade conta com um refrão muito legal. Escolha perfeita para abrir o trabalho.
Shadow Life: Vem com um dedilhado que logo de cara você sente o estilo Slash de tocar, a seguir a música entra com riffs ótimos e uma melodia impecável de Myles Kennedy.
Automatic Overdrive: Mais um riff ótimo, fugindo um pouco do estilo que estamos acostumados de ouvi-lo tocar. Lembra um pouco Iron Maiden, no final tem uma modulação de tom que reforça mais ainda esse tipo de som mais voltado para o Metal feito pela Donzela de Ferro, mas não se enganem, ainda assim a música segue fiel ao estilo Rock N’ Roll bluseiro do mestre Saul. Difícil de imaginar? Só ouvindo pra saber do que estou falando.
Wicked Stone: Um riff com um swing bem legal e o som de baixo do Todd Kerns está sensacional.
30 Years to Life: Enfim uma intro com slide, seguida por guitarras dobradas. A música conta com uma letra bem pra baixo, lembrando bem os velhos ícones do Blues e um solo muito legal bem estilo a época do “Use Your Illusion” do Guns N’ Roses.
Beneath The Savage Sun tem o melhor riff já feito pelo Slash desde o Guns N’ Roses: Pesado, sombrio e bem roqueiro”
Bent to Fly: A letra dessa faixa foi escrita para Ola Hudson, mãe de Slash, falecida em 2009 e que teve grande influência na veia artística dele. A música é mais calma e cresce para uma refrão bonito e tem um solo bem bluseiro e caractístico dele.
Stone Blind: A música conta com um riff quase sombrio, com uma ótima vocalização do Myles em cima, e descamba em mais um ótimo riff de Rock N’ Roll além de um refrão bem marcante e um solo daqueles. Uma das mais legais do disco.
Too Far Gone: Cozinha ótima e um solo cheio dos bends que fizeram ele ficar famoso.
Beneath The Savage Sun: O melhor riff já feito pelo Slash desde o Guns N’ Roses: Pesado, sombrio e bem roqueiro. A melhor canção do disco na minha opinião.
Withered Delilah: Mais um riff bem Rock N’ Roll, cheia de licks legais e uma levada bem pra cima.
Battleground: Ótima balada que começa com um dedilhado bem legal e uma linha de baixo do Todd muito boa com um timbre perfeito que lembra o de Duff Mckagan. O vocal de Myles ficou ótimo nessa e no refrão a melodia está linda. Tem um solo muito bonito também. No final a música entra num “lá lá lá” perfeito para ser cantado em coro nos shows.
Dirty Girl: Típica letra de Hard Rock de bandas dos anos 80, o nome já mostra isso. Começa com uma levada de bateria seguido de guitarras que lembram bem as músicas da época do “Snakepit” e um refrão que fica na cabeça. E o solo… ah sim o solo… sensacional.
Iris of The Storm: Bateria e riff marcante na intro e finalmente um solo com wha-wah, a única do disco que ele usa esse efeito num solo inteiro.
Avalon: Ritmo um pouco mais acelerado e um ótimo solo com refrões legais.
The Dissident: Começa com uma vinheta de música country/blues e entra com um solo bem alegre e diferente do estilo que ele está acostumado a fazer. Mais um refrão que fica na cabeça cheio de “ôh, ôh, ôh” que certamente também ficará perfeita ao vivo para os fãs cantarem junto.
Safari Inn: A instrumental do disco. Bem diferente de tudo que ele já fez, chega a beirar o fusion e a lembrar em algumas partes algo de Joe Satriani e Steve Vai na harmonia e levada da cozinha, mas claro que no meio disso tudo ele deixa sua marca característica nos solos. Mas não se engane pensando que foi feita para estudantes de guitarra, sabemos que o nosso querido guitarrista em questão não faz esse tipo de música. Excelente canção.
The Unholy: Última canção do álbum, muito boa, com uma clima bem pra baixo e lembra um pouco os bons tempos do Alice In Chains sobre tudo na forma como Myles a canta no verso principal, sobre um dedilhado que também combina bem com a “vibe” do som e claro, um solo inspiradíssimo. Ótimo final para uma ótimo disco.
(*) Fabio Bonnies é baixista da banda Sioux 66