Texto por: Stephanie Souza
E teve metal no horário nobre do Lollapalooza Brasil 2025! Os gigantes do Sepultura levaram sua turnê de despedida para o palco Mike’s Ice ao fim do dia – dividindo o horário com o headliner Justin Timberlake. Referência absoluta e inegável do metal brasileiro, a banda atraiu os roqueiros que foram ao evento para também curtir bandas como o Tool e o Bush.
Às 21h30, a banda queimou o final da pilha que restava nos fãs de rock que estavam nesse último dia de Lollapalooza. “Polícia” dos Titãs abriu espaço para a primeira canção da noite, o clássico “Refuse/Resist”, seguida de “Territory”. Três rodas de bate-cabeça já logo se formaram pela multidão que tomava conta do morrinho do palco Mike’s Ice.
A banda abusa da originalidade brasileira presente em quase todos seus trabalhos: a percussão e os sons que são elementos da cultura indígena complementam o peso das músicas de forma especial. “Desperate Cry”, do álbum Arise (1991), foi tocada pela primeira vez desde 2019, adicionando ainda mais brutalidade — se é que isso fosse possível — a apresentação. “Kairos” e “Attitude” acompanharam a explosão de energia que se dava no público, que ovacionou o Sepultura em cada pausa entre as canções.
“Kaiowas” é conhecido por ser um dos grandes momentos da noite nessa turnê: no palco, fãs, amigos e convidados especiais — nessa noite tivemos Junior Lima e Perry Farrell, vocalista do Jane’s Addiction e criador do Lollapalooza — tocando tambores ao lado de Derrick Green, vocalista. Encerrando a noite, os clássicos “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots” foram utilizados de modo combinado e simbólico. Sepultura é do Brasil.
Em meio a outras duas datas cheias de one hit wonders e estrelas de TikTok, o último dia de Lollapalooza contou com a força de mulheres do rock nacional como Giovanna Moraes e a banda Charlotte Matou um Cara, a viagem hermética do Tool e o peso do Sepultura. Com um público engajado, o final do domingo foi como uma descarga de energia e mostrou que ainda há espaço para a música pesada.
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