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Sepultura - Chaos A.D.

Sepultura - Chaos A.D. Créditos: Divulgação

Sepultura: ‘Chaos A.D.’ e a brasilidade no metal

Saiba como a banda brasileira Sepultura quebrou os paradigmas em disco que vai do thrash ao Olodum

Depois de tocar as músicas do Arise por dois anos seguidos, o Sepultura estava preocupado com a estagnação musical. Foi assim que a banda brasileira quebrou os paradigmas com Chaos A.D., lançado em 19 de outubro de 1993.

A primeira faixa, “Refuse/Resist”, revela a nova direção musical da banda: mais devagar, com maior ênfase no groove do que na velocidade. Há a percussão afro-brasileira do Olodum. Não que os riffs de thrash/death metal tenham se perdido, mas aqui é a junção que faz a novidade. O metal com ritmos brasileiros intrinsicamente conectados.

Diversidade é a chave do Chaos A.D. Max Cavalera comentou, por exemplo que “Biotech Is Godzilla” é puro hardcore. Já “Nomad” foi descrita por Andreas Kisser como uma resposta a “Sad But True” do Metallica. A primeira faixa acústica da banda “Kaiowas” é “uma mistura de Led Zeppelin, Sonic Youth e Olodum”, disse Max na época do lançamento.

Todas essas características tornaram o álbum comemorado pela mídia especializada. A revista Dazed & Confused escreveu que o disco “sinaliza um afastamento das raízes thrash, focando em grooves industriais. No livro The 100 Greatest Metal Guitarists, o autor Joel Mciver disse que o som do Sepultura “saiu do metal extremo e se aproximou de um som mais punk”.

Para isso, a banda considerou diversos produtores antes da gravação do disco, incluindo o compositor de avant-garde jazz John Zorn e Al Jourgensen, do Ministry. No final, escolheram Andy Wallace, que havia mixado Arise.

Como a banda queria gravar em isolamento, Wallace sugeriu os estúdios Rockfield, no País de Gales. Isso possibilitou, por exemplo, que a faixa “Kaiowas” fosse gravada nas ruínas do castelo medieval de Chepstow. Nela, Andreas Kisser e Max Cavalera assumiram as guitarras, e Iggor e o baixista Paulo Jr. ficaram nas percussões.

Andreas conta que eles nunca pensaram que poderiam tocar a faixa ao vivo, pela dificuldade de recriar as batidas ao vivo. Foi então que assistiram a um vídeo da banda Neurosis. “Vimos aquele vídeo em que os caras soltam as guitarras e todo mundo começa a tocar bateria no palco. Decidimos fazer a mesma coisa. Ensaiamos uma vez e foi maravilhoso. Não paramos de tocar ela ao vivo desde então”.

Se Roots aprofundou a brasilidade do Sepultura, foi em Chaos A.D.  que o primeiro passoi foi tomado. Um divisor de águas para a era-Cavalera da banda e um disco obrigatório para os fãs de metal.

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