Sebastian Bach ficou bastante conhecido como o vocalista do grupo de hard rock Skid Row. Tendo feito muito sucesso no final da década de 1980, o músico já não faz mais parte da banda há algum tempo, lançando trabalhos solo ao longo dos anos.

Em 2024, após dez anos sem nenhum lançamento, Bach chegou com Child Within The Man, em um registro que superou as expectativas. Apesar de trazer algumas faixas boas em sua discografia solo, elas não são muitas, e aqui, pudemos perceber um trabalho mais sólido e constante.

Contando com participações especiais de John 5, Steve Stevens e Orianthi, o vocalista foi o responsável pela escrita ou co-escrita de todas as músicas presentes no trabalho.

O álbum se inicia com toda a potência e velocidade com a faixa “Everybody Bleeds”, trazendo riffs de guitarra marcantes e os vocais de Bach certeiros e afiados, bem no ponto certo, sem soar de maneira esganiçada ou estourada.

As harmonias criadas também são um ponto de destaque, juntamente quando o vocalista aposta em um som mais grave.

A mesma boa levada observada na primeira faixa do álbum pode ser vista na segunda, com elementos bastante característicos do que consagrou o Skid Row, em especial, na primeira parte dela.

Os primeiros instantes de “(Hold On) To The Dream” passam a impressão de que ela será uma balada, mas após a introdução, fica claro que não, em mais uma performance potente, com Bach entregando vocais pesados.

“What Do I Got To Lose?” possui um dos refrões que são mais facilmente absorvidos e grudam à mente, de forma que toda a faixa é composta de maneira a criar essa atmosfera.

Mesmo com poucas músicas ouvidas, já é possível perceber que Child Within The Man é o melhor trabalho solo da carreira de Sebastian Bach, não apenas em termos vocais, mas também das próprias composições, sendo estas mais bem estruturadas e performadas.

Outra questão, é o fato do quão melódicas essas faixas soam. Trazendo elementos diferentes, o artista conseguiu manter a proposta de um álbum de hard rock, mas ainda assim, pesado e presente.

“Hard Darkness” é o perfeito exemplo disso. Contando com, ao mesmo tempo, que vocais gritados e rasgados, já bastante característicos do artista, eles contrastam com partes mais melódicas, mas ainda assim, potentes.

Os graves em que aposta no início de “Future Of Youth” são bem vindos, mas quando ele vai para os agudos, sua voz soa um tanto quanto estranha, bastante anasalada.

Sem muitos destaques, “Vendetta”, “F.U.” e “Crucify Me” – estas duas últimas, que se parecem bastante – antecedem “About To Break”, que alterna entre momentos mais agitados e outros mais calmos.

Finalizando o mais novo trabalho de Sebastian Bach, “To Live Again” traz um riff de guitarra responsável por criar uma ambientação de algo épico, relacionando-se muito bem ao final de um filme, quase como em um paralelo por ser o final do álbum. Toda a música é composta de maneira a passar essa impressão de algo que se encerra, e Child Within The Man conta com um bom fim.

Apesar de possuir algumas músicas que se assemelham entre si, é possível perceber uma grande melhora se compararmos os trabalhos mais anteriores do vocalista.

A banda de apoio tem papel importante nessa questão, além das participações especiais. Contando com Devin Bronson na guitarra, Todd Kerns no baixo e Jeremy Colson (bateria), o registro torna-se muito mais consolidado e palpável, em especial, pela maneira com é bem trabalhado.

Outra questão também a ser ressaltada é a voz de Bach. Aqui, seus vocais soam muito bem, certeiros e afiados, mesmo que ao vivo o mesmo não aconteça.

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