O Rotting Christ retornou ao Brasil para uma série de dez shows, os quais vêm sendo amplamente elogiados por onde passam.

Dessa vez, os gregos desembarcaram no país para promover seu mais recente álbum, o aguardado Pro Xristou (2024). Em São Paulo, a apresentação ocorreu no Carioca Club, no dia 8 de fevereiro, contando com a excelente abertura dos brasilienses do Miasthenia.

A banda liderada pela vocalista e tecladista Susane Hécate e pelo guitarrista Thormianak incorpora teclados para criar diversas atmosferas, alternando entre vocal gutural e limpo, com letras cantadas em português.

A apresentação foi baseada em seu álbum mais recente, Espíritos Rupestres (2024), com a execução de cinco faixas: “Evocação”, “Bruxa Xamã”, “Espíritos Rupestres”, “Tapuia Marcha” e “Transmutação”.

Os 30 minutos de show foram suficientes para atrair a atenção do público, que se rendeu à performance intensa e à proposta musical diferenciada da banda.

Chegava, então, o momento dos anfitriões da noite. O Rotting Christ entregou uma apresentação memorável no Carioca Club, em São Paulo, trazendo sua sonoridade obscura e atmosférica para um público ávido por metal extremo.

Comandada pelos irmãos Sakis Tolis (vocal/guitarra) e Themis Tolis (bateria), e acompanhada por Kostas Heliotis (baixo) e George Emmanuel (guitarra), a banda grega demonstrou por que continua sendo um dos pilares do black metal.

O público paulistano, sempre receptivo a bandas de peso, compareceu em grande número, criando uma atmosfera de devoção diante da performance intensa, repleta de clássicos e faixas mais recentes.

O show teve início com a impactante “Aealo”, faixa que evoca um espírito de batalha com suas melodias épicas e vocais potentes. O peso das guitarras e os gritos de Sakis ecoaram pelo Carioca Club, preparando o terreno para uma noite de intensidade sonora e espiritual.

Em seguida, “Pretty World, Pretty Dies” manteve a energia, trazendo riffs carregados de melancolia e um instrumental denso, que fez os fãs cantarem com fervor.

A sequência com “Demonon Vrosis” incendiou a plateia, com seu refrão marcante e ritmo envolvente, evidenciando a maestria do Rotting Christ na criação de músicas que transitam entre o épico e o brutal.

Já “Kata Ton Daimona Eaytoy”, faixa-título do álbum de 2013, trouxe uma atmosfera sombria e mística, evocando um peso quase ritualístico que fez o público erguer os punhos em reverência. “Like Father, Like Son” manteve o clima denso, com sua cadência soturna e vocais envolventes, enquanto “Elthe Kyrie” adicionou um toque ainda mais místico ao setlist, com sua abordagem densa e um refrão marcante que ressoava como um mantra.

O reconhecimento da banda veio com o público gritando seu nome. Em resposta, Sakis anunciou que tocariam alguns clássicos. Um dos momentos mais emblemáticos da noite foi a execução de “King of a Stellar War”, um dos maiores hinos do Rotting Christ.

A resposta do público foi imediata, com todos cantando juntos e se entregando à intensidade da música. O ápice veio com “The Sign of Evil Existence”, que contou com a participação especial de Armando (Mystifier) no baixo, adicionando um toque especial à apresentação.

A colaboração entre as cenas do metal extremo da Grécia e do Brasil foi celebrada pelos fãs. Em seguida, “Non Serviam”, um dos maiores clássicos da banda, foi recebido com entusiasmo absoluto, com todo o Carioca Club entoando seu refrão como um grito de guerra.

Outro momento marcante foi “Societas Satanas”, cover da banda Thou Art Lord, que provocou a primeira roda de mosh do show, evidenciando a entrega total dos fãs à experiência visceral proporcionada pelo Rotting Christ. “In Yumen-Xibalba” trouxe uma breve pausa para o caos, introduzindo um tom mais atmosférico, enquanto “Grandis Spiritus Diavolos” e “The Raven” encerraram o set principal com uma combinação perfeita de melodia e peso.

No encore, os gregos retornaram ao palco para executar “Noctis Era”, uma faixa poderosa que garantiu um encerramento épico para uma noite inesquecível.

O público, visivelmente satisfeito, aplaudiu e celebrou cada segundo da apresentação. O Rotting Christ, mais uma vez, reafirmou sua relevância no cenário do metal extremo, entregando um show impecável e repleto de momentos memoráveis. Foi uma noite de culto, caos e devoção ao metal. 

Nosso colaborador Wellington Penilha também esteve no show e registrou a apresentação. Confira a galeria abaixo.

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Paulistano e apaixonado por rock desde os 10 anos, comecei a descobrir o universo da música pesada quando um amigo gravou uma fita K7 com Viper, Judas Priest, Metallica, entre outros. Na sequência, conheci o Black Sabbath e foi um caminho sem volta ... Frequentador assíduo de shows, já acompanhei centenas de apresentações das principais bandas de rock/metal e suas diversas vertentes. Nos últimos anos, tenho transformado minha paixão pela música em palavras, compartilhando resenhas sobre shows e permitindo que os leitores vivenciem a emoção de cada apresentação.