Roger Waters se pronunciou sobre a investigação iniciada pela polícia da Alemanha sobre o uso um uniforme em estilo nazista nos shows realizados no país. Após a repercussão das apresentações, o cantor mudou o show realizado em Frankfurt no último domingo, 28, e explicou a performance.

O show na cidade apenas aconteceu após a equipe de Roger Waters vencer uma disputa judicial para seguir em frente com a apresentação, uma vez que autoridades locais se opuseram à apresentação, sob alegação de suposto discurso antissemita por parte do músico. 

Antes da apresentação, houveram protestos de pessoas contrárias ao show, uma vez que a apresentação aconteceu na casa de shows Festhalle. De acordo com o The Guardian, foi nesse local onde mais de 3.000 judeus foram presos e torturados pelos nazistas em novembro de 1938. 

Na última semana, após as primeiras apresentações de Waters em solo alemão, a polícia de Berlim abriu uma investigação por “suspeita de incitação ao ódio público” por parte do artista, uma vez que a performance poderia “glorificar ou justificar o regime nazista, perturbando a ordem pública”. 

Tudo foi motivado por um trecho teatral dos shows de Roger Waters que é encenado há décadas nas faixas “In the Flesh?” e “Run Like Hell”, quando se veste como um oficial nazista como forma de crítica social. Foi isso que o cantor explicou durante o show em Frankfurt, no qual o trecho foi deletado da apresentação para respeitar quem se incomoda com a “profanação” de locais de relevância histórica com relação às vítimas do Holocausto. 

“Quando escrevi essas faixas, lá em 1971, escrevi uma parte teatral onde me visto como um demagogo, uma espécie de demagogo nazista, se formos honestos”, disse. “Mas se algum de vocês leu as notícias, (…) usaram o fato de eu estar usando um casaco de couro, como parte da narrativa que explica aos leitores que eu sou um judeu furioso e antissemita. O que, amigos, posso dizer isso aqui porque estamos todos juntos no bar: Eu não sou”. 

Além da vestimenta nazista, as autoridades alemãs e israelenses também se incomodaram com a exibição de imagens de pessoas mortas no telão, como a judia Anne Frank e a jornalista com cidadania palestina Shireen Abu Akleh, que morreu em uma operação israelense em 2022. Saiba mais aqui. ]

Veja um trecho legendado do pronunciamento abaixo e o vídeo na íntegra aqui.

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