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Resenha: Slipknot – “.5: The Gray Chapter”

Com certeza, “.5: The Gray Chapter” já está na lista de melhores do ano, merecidamente”

por Nando Machado

Após 6 anos sem lançar um álbum de estúdio, o Slipknot chega com “.5: The Gray Chapter”, o quinto e um dos melhores trabalhos da banda até hoje, elogiado pela crítica e aclamado pelos fãs.

O Slipknot é, sem dúvida, um dos maiores nomes entre as bandas de Metal surgidas nos últimos 20 anos. Liderado pelo carismático Corey Taylor a banda passou por traumáticas mudanças na sua formação. Esse é o primeiro álbum sem o baixista Paul Gray, falecido em 2010, e sem o baterista Joey Jordison que deixou a banda em 2013. O título do álbum é uma referência a Gray, e o som mostra uma banda amadurecida e extremamente competente e única, um som que algumas vezes remete ao Thrash tradicional sem perder a originalidade, sem perder o peso, a velocidade e a agressividade. Produzido por Greg Fidelman (o mesmo produtor de “World Painted Blood” do Slayer) e gravado no Sunset Sound Studios em Hollywood, “.5: The Gray Chapter” já é, sem dúvida, um dos melhores discos do ano e pela segunda vez, leva o Slipknot ao topo da parada da Billboard tendo vendido mais de 130 mil cópias apenas na primeira semana.

O álbum abre com a sombria XIX, com certeza a abertura do novo show do Slipknot, uma melodia que poderia ser trilha sonora de um filme de terror dos mais assustadores. Excelente letra gritada na voz de Corey Taylor, já mostra que o disco vai ser de arrepiar.

Sarcastrophe também começa com um dedilhado sombrio, logo na sequência um pesadíssimo riff e a música já toma outro rumo, pesadíssima e extremamente rápida, já dá pra imaginar como vai ser esse novo show do Slipknot, uma porrada logo de cara. Dá pra ouvir bem as turntables de Sid Wilson, uma marca registrada da banda. O refrão faz você querer gritar, “WE ARE KILL GODS!!!!!!”

AOV começa com um riff pesadíssimo e rápido que lembra Slayer, a parte cantada é rápida e agressiva e o refrão mostra Corey Taylor cantando com a voz limpa, como se fosse uma música do Stone Sour. A parte lenta do meio é sensacional, com um belo solo de baixo e na sequência a música volta ao estilo característico do Slipknot, pesado, agressivo e gritado; desesperado.

Lech tem todo o peso do Slipknot e mostra porque ela é uma das melhores bandas do Metal atual.”

The Devil In I, o segundo single do álbum, começa com palhetadas destruidoras e com uma batida diferente, o novo baterista mostra que em matéria de dois bumbos ele não deve nada à Joey Jordison. Corey Taylor entra com a voz limpa como se fosse uma música do Stone Sour. Bela letra e melodia, refrão excelente, uma das melhores do disco, que som de guitarra tem esse disco, sensacional!

Kilpop, uma música que começa lenta e calma, a música vai crescendo e fica cada vez mais pesada e rápida. Mais uma vez a sombriedade toma conta do ambiente. No final a música fica muito rápida e agressiva.

Skeptic, com certeza, uma homenagem ao baixsta Paul Gray. Pelo refrão, But the world will never see another crazy motherfucker like you! The world will never know another man as amazing as you! (O mundo nunca verá um cara tão louco como você. O mundo nunca conhecerá um outro cara tão incrível como você). A música mostra a revolta do Slipknot pela perda do baixista e amigo, um dos membros fundadores da banda que faleceu em 2010 com apenas 38 anos.

Lech começa com um grito de Corey Taylor, “I know why judas wept, motherfuckers!” (Eu sei porque Judas chorou, filhos da p***!). Agressiva do início ao fim, um som de guitarra pesadíssimo e uma batida arrebatadora. Vale a pena ouvir no talo com bons fones de ouvido. Lech mostra todo o peso do Slipknot e porque é uma das melhores bandas do Metal atual.

Goodbye é uma triste despedida a Paul Gray. A música começa lenta, uma bela balada e do meio em diante fica mais pesada, mesmo assim mostra muito sentimento e melodias muito bem feitas. No final a música cresce e vira mais uma porrada do Slipknot, pesada e agressiva praticamente emendando em Nomadic.

Corey Taylor é um vocalista tão versátil que as vezes parece que tem dois vocalistas diferentes no Slipknot. Na parte cantada de Nomatic, uma voz gritada e no refrão uma voz um pouco mais melodiosa, mostrando que Corey é sem dúvida, uma das mais importantes personalidades do Metal mundial na atualidade. Destaque para o excelente arranjo de guitarra na música inteira e para um solo destruidor de James Root.

Em The One That Kills the Least, no começo parece uma música do Stone Sour onde Corey Taylor canta com a voz limpa na maior parte da música. Mas logo o peso das guitarras de James Root e de Mick Thomson mostram que é Slipknot, puro e pesado, e mais uma vez, o som das guitarras merecem destaque. Belo refrão e um final apoteótico.

Custer já começa uma porrada, a letra é extremamente suja e agressiva. Mais uma vez a gente se sente no meio de um filme de terror. A faixa é provavelmente a mais porrada do disco.

Uma banda original, pesada, composta de excelentes músicos e que tem um dos shows mais intensos e eletrizantes que eu vi nos últimos tempos.”

The Negative One é mais uma música perturbadora. O primeiro single do álbum tem um vídeo sensacional, vale a pena conferir (assista aqui). Mais uma vez o novo baterista mostra extrema competência, bumbo duplo bombando assim como os efeitos do Sid Wilson e do Craig Jones. Mais uma música em que fica difícil ficar parado.

If Rain is What You Want, é a música que encerra a versão standard do álbum (no Brasil felizmente foi lançada a versão extendida com mais 2 faixas bônus). Uma música diferente de todas do álbum, mais lenta, arrastada e com vocal mais limpo, mesmo assim pesada e muito legal. Chegando mais perto do fim, o vocal volta ao “normal” e Corey Taylor mostra muito feeling intercalando um vocal mais gritado com um vocal mais limpo.

Override, no primeiro bônus track, as duas personalidades de Corey Taylor se encontram mais uma vez. Uma levada arrepiante de dois bumbos e vários riffs de guitarra, uma variação de batidas e de bases, palhetadas e um arranjo vocal bem diferente.

The Burden, mais um filme de terror, mais uma vez Corey Taylor mostra muita flexibilidade entre a voz limpa e a voz suja, mais uma vez os arranjos são muito bem bolados, mais uma vez o Slipknot mostra porque é uma das bandas mais relevantes na cena do Metal atual.

Uma banda original, pesada, composta de excelentes músicos e que tem um dos shows mais intensos e eletrizantes que eu vi nos últimos tempos. Com certeza, “.5: The Gray Chapter” já está na lista de melhores do ano, merecidamente. Já garantiu o seu? Enquanto isso esperamos que o Slipknot volte para fazer shows no Brasil, muitas vezes.

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