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Resenha: Slipknot – .5: The Gray Chapter

Confira mais um texto escrito por um de nossos WikiBrothers:

Sim, o Slipknot conseguiu fazer em “.5: The Gray Chapter” um disco a altura da sua discografia, até superando as expectativas”

por Marcel Ianuck

Depois do lançamento do disco “All Hope Is Gone”, a vida dos integrantes do Slipknot virou do avesso. Perderam dois integrantes fundadores, o falecido baixista Paul Gray e o demitido baterista Joey Jordison. Viram o guitarrista Jim Root ser demitido do projeto paralelo (mas hoje não mais muito paralelo) Stone Sour, o que criou um climão entre o guitarrista e o vocalista Corey Taylor. Conviveu com o noticiário de que seu vocalista poderia estar negociando a sua entrada em outras bandas como Anthrax e Velvet Revolver. Mesmo com o grupo prosseguindo com shows ao vivo, inclusive no Brasil, a pergunta que não saia da cabeça dos fãs era: Conseguiria o Slipknot entrar em estúdio, sem dois dos importantes compositores, e sair de lá com um álbum no nível dos clássicos da banda?

A resposta chega com o lançamento do disco “.5: The Gray Chapter”, título que já é por si só uma homenagem ao falecido Paul Gray. Depois do lançamento dos singles The Negative One e The Devil In I, a chegada do novo trabalho do Slipknot parece ter resgatado um pouco da brutalidade do seminal “Iowa” e do antecessor “All Hope Is Gone”, com partes melódicas no estilo de algumas músicas do disco “Vol. 3 (The Subliminal Verses)”. A produção de Greg Fidelman casou perfeitamente com a proposta caótica do álbum.

O disco começa com a faixa XIX, uma climática e angustiante introdução, com teclados sombrios e um vocal nervoso e desesperado, perfeita para aquele início hipnótico dos shows do Slipknot. Quem já viu a banda ao vivo, sabe o quão intenso é, e essa introdução seria perfeita para esse propósito. Daí pra frente, a banda parece “descontar” todo esse período conturbado pelo qual passaram com uma seqüência de petardos para derrubar os desavisados da cadeira! Logo de cara, “Sarcastrophe” é uma porrada bem característica da banda, riffs pesadíssimos, vocais melódicos e gritados ao mesmo tempo, percussão e efeitos eletrônicos em sintonia, andamentos de bateria que variam de passagens cadenciadas até blast beats nervosos.

Outro aspecto que impressiona, apesar de não ser novidade, é como o vocalista Corey Taylor consegue transitar entre o gutural, vocais rápidos numa pegada quase Thrash/Hardcore e belas melodias, com personalidade e competência”

De cara, observa-se que o baterista que gravou o disco (até o momento, sem o anúncio oficial da sua identidade), vem da mesma escola de Joey Jordison, parecendo quase um clone do mesmo, o que a produção do disco fez questão de contribuir também. Um aspecto interessante a se observar nos vindouros shows em suporte ao álbum.

Outro aspecto que impressiona, apesar de não ser novidade, é como o vocalista Corey Taylor consegue transitar entre o gutural, vocais rápidos numa pegada quase Thrash/Hardcore e belas melodias, com personalidade e competência. Até mesmo aqueles que não gostam da banda reconhecem que Taylor é um dos melhores vocalistas da “nova” geração do Metal. Basta conferir suas performances em participações especiais feitas nos últimos anos, como no tributo ao falecido Ronnie James Dio.

O disco segue prendendo a atenção do ouvinte com destaque para músicas como a veloz e pesada AOV (uma das melhores do disco), músicas que remetem ao passado da banda como Nomadic e Lech, as melódicas e não menos pesadas The One That Kills The Least e If Rain Is What You Want, e a influência de Metal Industrial sempre presente como em Custer, terceiro single do álbum. Falando em single, impossível não destacar também a insana The Negative One, uma daquelas músicas que representa bem o que o Slipknot é; riffs pesados, refrões marcantes, percussão, efeitos malucos, bumbos a todo vapor, trilha sonora do apocalipse. Lembrou-me bastante o clima da música All Hope Is Gone, do álbum anterior de mesmo nome. O outro single, The Devil In I, também se destaca, por mostrar o lado um pouco mais melódico da banda, mas sem deixar a porradaria de escanteio.

Voltando a pergunta do início do texto: Sim! O Slipknot conseguiu fazer em “.5: The Gray Chapter” um disco a altura da sua discografia, até superando as expectativas e garantindo que Corey Taylor e sua gangue ainda tem muita lenha para queimar no futuro.

Ouçam e confiram!

*Marcel Ianuck é vocalista e baixista da banda N.W.77
**Este texto foi elaborado por um Wikimate e não necessariamente representa as opiniões dos autores do site.

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