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Sepultura

Sepultura. Crédito: Marcos Hermes

Sepultura mostra força do álbum ‘Quadra’ em São Paulo

Com ingressos esgotados em minutos, o show aconteceu no último dia 14 no Sesc Belenzinho

Texto por Marcelo Gomes

Assim que foram anunciadas duas datas do Sepultura no Sesc Belenzinho, a única certeza é que os ingressos se esgotariam rapidamente. E foi isso mesmo que aconteceu, as entradas para os dois dias desapareceram num piscar de olhos. Quem conseguiu, pode se considerar um vitorioso.

Nem a sexta-feira gelada diminuiu a ansiedade de muitos que estavam ali pela primeira vez. Um mar de gente com camiseta da banda demonstrava o tamanho da devoção pelo Sepultura. Não é a toa, o disco, Quadra, lançado em 2020, teve uma ótima recepção no mundo todo e mostrou toda a força da formação  com Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (vocal),  Paulo Xisto (baixo) e Eloy Casagrande (bateria).

O show começa com “Isolation”, faixa do Quadra que é uma pancada que remete aos tempos áureos e possui diversas influências progressivas que não diminuem a  fúria da música. Na sequência, vem o clássico “Territory” para ninguém ficar parado. Apresentaram mais duas do disco novo, as complexas “Means To An End” e “Capital Enslavement”. Fica evidente que a banda soa muito mais técnica nesses sons. Com uma performance espetacular, Eloy, merecidamente tem seu nome gritado. Vejo muita gente surpresa com o baterista mas quem o acompanha desde 2006, quando ainda integrava a banda do saudoso Andre Matos, sabia do potencial do músico que já na época demonstrava grande aptidão com o instrumento.

O show segue com “Kairos”, que já pode ser considerado  um clássico da fase Derrick. Andreas vai ao microfone para dizer que está sentindo o público ainda um pouco tímido nas rodas e quer ver o circo pegar fogo com mais uma antiga. “Propaganda” que faz o chão do Sesc tremer tamanha a brutalidade da execução. Com seu violão, Andreas dá inicio a “Guardians Of Earth”, um protesto contra os atos desumanos da vida moderna às tribos indígenas que vivem na Amazônia. Do disco Roots (1996), tocam “Cut Throat” que faz todo mundo cantar seu refrão marcante. Voltam mais ainda no tempo para executar “Dead Embrionic Cells”, faixa que foi incluída recentemente na turnê para alegria dos fãs mais antigos. Não há o que se discutir, a fase clássica da banda com Max Cavalera possui verdadeiros hinos do heavy metal mundial e ainda encontram espaço mesmo após tantas anos.

No público, a satisfação era grande, os caras souberam mesclar os clássicos com as músicas do Quadra. Um bom exemplo foi “Ali” que entrou esse ano para o setlist, possui vários efeitos mas sem perder a essência. Para acalmar um pouco os ânimos, a arrastada “Machine Messiah”.  Esse momento durou pouco, resgatam mais uma do disco “Arise”, dessa vez “Infected Voice” , a banda está entrosada e o público responde com um belo moshpit.

A última do álbum Quadra, foi a fantástica “Agony Of Defeat”. A música apesar de mais lenta, revela a versatilidade da banda numa faixa rebuscada que serviria de trilha sonora para qualquer filme de drama. A parte final do show contou ainda com “Refuse/Resist” e “Arise” que teve com bis, “Ratamahatta” e para finalizar com chave de ouro, “Roots Bloody Roots”.

O Sepultura, que completará 40 anos de carreira em 2024, mostrou que seu mais recente trabalho, Quadra tem a força para manter a banda na ativa. Desde os primórdios, sempre estiveram dispostos a incorporar diferentes elementos à sua música, tendo um estilo único.  O Sepultura entregou um performance eletrizante do inicio ao fim, com o melhor de sua história. Prestes a completar 40 anos de carreira em 2024, a banda mostrou que seu mais recente trabalho, Quadra, desponta como um dos grandes trabalhos do quarteto. Esse fato se deve ao fato que desde os primórdios, nunca tiveram medo de ousar, incorporaram diferentes elementos à sua música e criaram algo único. Não surpreende, que ao longo de 4 décadas ainda cativa uma legião enorme de fãs.

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