É o Slayer, uma carreira impecável sem nunca ter feito um disco ruim, sem nunca ter “pegado leve” demais, sem nunca ter se vendido.”
por Nando Machado
A missão é difícil para o Slayer, lançar um novo álbum de inéditas depois do excelente “World Painted Blood” de 2009. Sem o principal compositor da banda (o guitarrista Jeff Hanneman, falecido em 2013), E sem o baterista Dave Lombardo, membro original da banda e um dos melhores bateristas de todos os tempos.
Mas é o Slayer, e o Slayer não tem medo de encarar desafios. A banda mais íntegra do Metal mundial com uma carreira impecável sem nunca ter pisado na bola, sem nunca ter feito um disco ruim, sem nunca ter “pegado leve” demais, sem nunca ter se vendido.
Tive a chance de ver o Slayer ao vivo em dezembro de 2014 pela sexta vez. Ao vivo são imbatíveis, estão em plena forma e merecem toda a reverência de deuses do Metal. Sobre o disco do Slayer de 2015, “Repentless”, confesso que já gostei antes de ouvir inteiro. Pelas músicas que eles já liberaram, já dá pra esperar um grande disco.
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Às vezes um filme de terror, às vezes um clima de guerra, é impossível ouvir “Repentless” e ficar parado. Quero muito ir num show do Slayer de novo, alguém, por favor traga essa banda para o Brasil!
Produção do grande Terry Date (Dream Theater, Soundgarden, Pantera, Soulfly) e capa feita pelo brasileiro Marcelo Vasco, um Orgulho Nacional total!!!
1. Delusions – A abertura do novo álbum do Slayer, um rápido dedilhado, limpo, dissonante e já entra o peso característico, um riff no wah-wah e começa o filme, dessa vez um filme de terror, macabro, sinistro, ou melhor, “Slayer” e já se nota o som da guitarra de Gary Holt, um excelente guitarrista, à altura de substituir Jeff Hanneman. Por um lado, o primeiro álbum sem Jeff Hanneman, mas por outro, o primeiro com Gary Holt, o líder e membro mais importante do grande Exodus. Uma abertura longa, lembra um pouco “Hell Awaits” e já emenda na próxima. Bela abertura de show, já imagino a luz vermelha no palco e o pano do Slayer caindo – Nota 7,5
2. Repentless, nota-se um som diferente de bateria, e a voz de Tom Araya, gritando como sempre, não dá pra ficar parado, e me vejo numa sala de reunião fria, sozinho com vontade de bater a cabeça na parede a cada grito de Tom Araya. Nota 8,5
3. Take Control – Slayer “taking control”. Que porrada, uma das mais rápidas do disco. Parece óbvio mas os caras realmente “Take Control”. Uma pegada pesada e rápida com algumas bases mais lentas. Com palhetadas bem marcadas, a faixa parece um som dos anos 80, Thrash de primeira como sempre, como eu esperava. Uma das melhores do disco – Nota 9,0
4. Vices – Falhando em palhetada, e dois bumbos, essa lembra mais a pegada do Slayer do “South Of Heaven”. Mais pesada do que rápida e com uma excelente letra, a parte do meio traz riffs sensacionais de Gary Holt e mais uma vez o Wah Wah está de volta. Solo sensacional de Kerry King, mais um riff de quebrar o pescoço e dois bumbos impecáveis de Bostaph – Nota 8,0
É impressionante como o disco é bem produzido. Os instrumentos são ouvidos claramente, e se entende quase tudo que Tom Araya canta (e berra)”
5. Cast The First Stone – Peso, dissonância e bateria no contra-tempo. Bostaph está incríveis com dois bumbos de gente grande. Uma grande música e um excelente refrão. De modo geral, Bostaph soa como Lombardo com muita técnica e muita precisão. Mais uma que vai ficar demais ao vivo – Nota 8,0
6. When The Stillness Comes – Mais um dedilhado sombrio. A música remete a “A Profecia”, “O Exorcista”, “Terror Em Amityville”, “Carrie – A Estranha”, “O Iluminado”, “O Bebê de Rosemary” e por aí vai. Um riff mais assombroso e macabro ainda começa, com Bostaph marcando no chimbal. E então entra o resto da banda e a música pede para que aumente o volume. Tom Araya sussura uma letra excelente, lenta, devagar, extremamente assustadora. Essa eu gostaria de ouvir ao vivo, tem um clima diferente, e no final, a porrada come de novo – Nota 7,5
7. Chasing Death – O álbuns é um riff fantástico atrás do outro. Chasing Death tem uma levada sensacional, na linha de South of Heaven. A música vai crescendo e finalmente Tom Araya grita “You Never Stop Chasing Death” e Gary Holt destrói no solo. Uma faixa sobre alcoolismo, o mal que matou Jeff Hanneman. Seria uma homenagem ao guitarrista? Concorre a uma das melhores do disco – Nota 9,0
8. Implode – Trilha sonora do fim do mundo segundo o próprio Kerry King. É possível perceber uma influência do hardcore e do Punk que eles sempre admiraram. Ouço e já imagino a roda, a porradaria que vai comer solta nessa música ao vivo. Depois do primeiro minuto começa uma das bases cantadas mais rápidas do disco, e mais tarde um excelente solo de Kerry King. Agressiva, rápida e mais uma vez Paul Bostaph mostrando porque é o substituto natural de Dave Lombardo. Nota – 8,0
9. Piano Wire – A faixa é uma das composições de Jeff Hanneman do disco. Com palhetadas precisas, peso, base cantada e excelente refrão, a música fala das atrocidades da guerra. Me sinto num campo de batalha. Lembro de todos os meus amigos que gostariam de estar ouvindo esse som, tenho certeza que todos vão comprar o disco e adorar, e vão estar no próximo show do Slayer. Take The War, Taste The Blood, Attack Continuing, Never Surrender!!! Clima de “South Of Heaven”, mais pesada do que rápida, gosto bastante – Nota 8,5
10. Atrocity Vendor – Hell and Agony is real, I can show how it feels. Excelente, porrada do começa ao fim. O vocal de Tom Araya está monstruoso e impecável – Nota 8,0
11. You Against You – Em You Against You o que mais chama atenção é a produção. É impressionante como esse disco está bem produzido. Os instrumentos são ouvidos tão claramente, e se entende quase tudo que Tom Araya canta (e berra). Será que não tem uma música ruim nesse disco? Nota 7.0
12. Pride In Prejudice – A música começa com uma levada bem legal, lenta e pesada. You Made Your Choice, I Make My Stand, Pride in Prejudice, Don´t Give me that Power Bullshit, Hate and Violence, One Gun Shot Killed the Inocent – Mais uma que concorre; Uma das melhores do disco – Nota 8,0