Os dois primeiros discos do Slayer, Show No Mercy, de 1983, e Hell Awaits, de 1985, foram marcos para o thrash metal. Eles eram mais brutais, sinistros e explosivos do que os lançados na mesma época pelo Metallica e Anthrax, por exemplo. Eles pavimentaram o caminho para os berros e as letras satânicas, muito usados pelo death e black metal que vieram depois. Ainda assim, é o terceiro disco, Reign In Blood, lançado em outubro de 1986, que levou a banda a outro nível artístico e comercial.
Enquanto outras bandas de thrash metal lançavam álbum épicos de 50 minutos ou mais, com mudanças de ritmo e tempo abruptas e vocais quase limpos, o Slayer viu uma abertura. Eles já eram os mais pesados e extremos do gênero. Agora, queriam ser os mais rápidos também. Em 30 minutos de disco, o Slayer mudou tudo.
Por isso, em preparação para o show de despedida da banda no Brasil, o Wikimetal fez um rápido faixa-a-faixa da obra prima do thrash metal, Reign In Blood.
1. “Angel of Death”
A faixa de abertura, “Angel Of Death” é a que moldou uma geração do metal. Mudou todo o contexto do mercado musical da música pesada. Tem um riff de abertura sinistro, Tom Araya com um grito inigualável e essa frase de abertura (“Auschwitz, o significado da dor”). É uma faixa chocante, destrutiva e hipnotizante. Os horrores da letra que se juntam com riffs totalmente empolgantes.
2. “Piece by Piece”
Chegando imediatamente depois de uma das melhores músicas de abertura de um álbum de metal, “Piece By Piece” poderia ter caído em insignificância. Mas é uma faixa inventiva, com um riff demoníaco. E é muito rápida, de um jeito assustador.
3. “Necrophobic”
A faixa mais curta e mais viciante de Reign In Blood. Um minuto e meio de fúria, velocidade e uma lista de jeitos horríveis de se morrer. O refrão também é ótimo: fala sobre dilacerar carne humana e destruir membro a membro. Ótimo para cantar bem alto nas festas de família.
4. “Altar of Sacrifice”
“Bem-vindos ao reino de Satã!” berra Tom Araya em “Altar of Sacrifice”. Aqui está a grande celebração de assassinatos ritualísticos planejada pelo Slayer como forma de choque cultural. Há três solos absurdos de Jeff Hanneman. E as frases finais conseguem ser bastante poéticas: “Vendo anjos em ciranda pelos céus/ eternamente procurando por salvação”.
5. “Jesus Saves”
Uma das faixas mais rápidas do disco, “Jesus Saves” é daquelas que mostram como o “Cristianismo é cheio de besteiras” e traz a primeira metade do álbum a um fechamento violento e sem respiros.
6. “Criminally Insane”
Este é o único single lançado do álbum, mas definitivamente não é uma música para rádio. São 143 segundos de thrash metal híper-violento. Mostra como Tom Araya pode soar assustador. É um verdadeiro shot de adrenalina.
7. “Reborn”
Músicas sobre bruxaria e o oculto são sempre bem-vindas. A segunda parte do disco é menos devastadora do que a primeira, mas aqui um dos pontos altos é o solo pesado de Jeff Hanneman.
8. “Epidemic”
Esta deve ser a faixa menos memorável do disco, mas ainda assim é muito boa. A introdução de bateria de Dave Lombardo é ótima, apesar de não apresentar outros momentos tão memoráveis.
9. “Postmortem”
O riff de abertura de “Postmortem” mostra como o Slayer consegue ser sujo, bem mais do que os companheiros do thrash metal da época. É uma das melhores coisas que Jeff Hanneman escreveu e tem letras totalmente deturpadas. Sem contar que a preparação pro encerramento do disco torna tudo ainda melhor.
10. “Raining Blood”
“Chove sangue/ de um céu dilacerado”. Do climático e tenso começo a erupção do caos, “Raining Blood” traz o final perfeito para o disco. É mais uma pedra fundadora da evolução do heavy metal.