Randy Blythe, vocalista do Lamb of God, voltou a se manifestar publicamente para apoiar a remoção de estátuas de generais confederados, da época da Guerra Civil, em Charlottesville, nos Estados Unidos.
Os monumentos em questão são estátuas dos generais Robert E. Lee e Thomas “Stonewall” Jackson, retirados no último sábado, 10, do estado de Virginia após 97 anos de exposição, de acordo com informações do El País. Em 2017, as estátuas foram ponto de encontro para protestos de supremacistas brancos contrários à remoção e James Alex Fields, jovem neonazista, atropelou manifestantes do movimento negro, resultando na morte de uma mulher de 32 anos. O assassino foi condenado e cumprirá prisão perpétua.
Em longo relato no Instagram, Blythe contou que foi à cidade para registrar o momento da retirada das estátuas, mas chegou quando o procedimento já estava finalizado. Ao relembrar os protestos racistas, o músico prestou homenagem à vítima do ataque. “Este jovem iludido estava tão cheio de ódio que dirigiu seu carro a toda velocidade contra uma multidão, ferindo 35 pessoas e matando uma garota de 32 anos de Virgínia”, escreveu. “Heather Heyer está morta e nunca mais sentirá o sol em seu rosto novamente. Para que? Por um pedaço estúpido de metal e pedra? Porque outras pessoas não têm a mesma cor de pele? Nunca vou entender essa forma de pensar”.
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Na visão do músico, a remoção dos monumentos não é uma tentativa de apagar a história, pelo contrário, é uma forma de buscar um “relato preciso” dos acontecimentos. “E uma fonte de instrução muito melhor do que as estátuas são as cartas reais do período que estamos estudando. Podemos e devemos aprender com esses escritos”, continuou antes de citar frases do próprio general Lee, que sugeriu “seguir os exemplos daquelas nações que se esforçaram para obliterar as marcas das lutas civis” ao invés de manter as estátuas.
Após os protestos contra o racismo estrutural após a morte de George Floyd, em 2020, Blythe sugeriu a manutenção de estátuas vandalizadas em museus, mas sem a restauração das peças. “A maioria desses monumentos foram erguidos durante a Era Jim Crow, quando as leis segregacionistas foram efetivadas. E foram colocadas lá para consolidar a posição dos brancos em nossa sociedade”, afirmou na época.
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