Rafael Bittencourt, fundador e guitarrista do Angra, elegeu o quinto álbum de estúdio da banda com o trabalho mais difícil da carreira.
Lançado em 2004, Temple of Shadows é um projeto conceitual que narra a história fictícia do cavaleiro The Shadow Hunter ao se alistar para participar da Primeira Cruzada convocada pela Igreja Católica.
Em episódio do Kapirotto Responde, o músico explicou a decisão. “Foi um álbum que senti realmente pronto para explorar os estilos musicais, tem muitos combinados ali”, começou.
“Eu e o Kiko [Loureiro], por conta do Rebirth, percebemos essa sintonia na composição em conjunto e a gente pode aprimorar isso junto. A gente tinha novos integrantes que não eram tão novos, já eram artistas de sucesso, tinham egos inflamados e controlar isso não foi fácil, dar uma direção para isso”.
Entre outros desafios estava a pesquisa histórica da temática complexa, a direção do produtor Dennis Ward, que buscava “excelência” no resultado final, e as gravações alternadas entre Brasil e o estúdio House of Audio, na Alemanha, quando Edu Falaschi enfrentou problemas com a voz. “Edu cantando já não estava na sua melhor performance como cantor, não sabia se era uma alergia e o que aconteceu, mas durante as gravações foi muito difícil”, lembrou Bittencourt. “Acompanhei isso dando força, mudando letra e melodia, procurando motivá-lo”.
Apesar das dificuldades internas, o álbum teve ótima recepção do público e crítica especializada, com diversos prêmios e uma turnê mundial de divulgação, mas já anunciava as tensões que se intensificariam nos anos seguintes. “Essa luta para finalizar o álbum foi intensa e o desgaste foi tanto, junto com o sucesso que o álbum teve, e todos os artistas dentro da banda se sentindo super capazes, com seus egos mega inflamados, e a partir dali ficou difícil controlar a coesão, cada um querendo sua própria glória é complicado”, concluiu o guitarrista.
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