Confira o depoimento
O produtor Sterling Winfield, que trabalhou com o Pantera em diversos álbuns da carreira, foi questionado em entrevista ao site Reverb sobre o que fez a banda tão especial, e porque eles influenciaram tantos outros artistas que vieram depois. Confira seu depoimento:
“Antes do ‘Cowboys From Hell’ o Pantera era uma banda cover. Eles faziam exatamente o que todos os outros estavam fazendo. Mas teve uma hora que algo mudou.
O último álbum independente deles, ‘Power Metal’ foi o primeiro com Phil Anselmo e cara, até esse trabalho já começava a virar a curva. Eles tinham brutalidade e peso que nem eles sabiam.
Eles começaram a crescer mais distantes da tutelagem do pai de Dime e Vinnie, se tornaram honestos consigo mesmos, e escreveram do coração. Eles começaram a escrever riffs com groove, pesados, e realmente fodas.
Eles acharam o seu nicho depois de dez ou quinze anos tocando covers em bares. Eles fizeram turnê pelo país em uma van. Isso faz com que sua atitude e sua música fiquem pesadas. Eles foram rejeitados por todas as gravadoras maiores, incluindo a que eventualmente os assinou [Atco].
A ética de trabalho deles era excepcional. Eu ganhei muito da minha ética profissional só de olhar para eles na sua jornada. Um dos lemas deles era ‘Custe o que custar’. Nós entravamos em situações que pareciam impossíveis de contornar mas nós nos uníamos e fazíamos acontecer.
Não tem muito mais isso atualmente. É um cara na sua garagem ou porão, e tudo que ele sabe é Pro Tools. Ou o engenheiro diz ‘Você só precisa tocar esse riff uma vez, ou cantar isso só uma vez’ e daí é copiar e colar todo o resto. Não deixa nada único. Não cria a tensão da música.
E isso é muito do que falta na música atualmente. Não há altos e baixos emocionais. Bandas grandes de Metal ainda usam ‘Vulgar Display Of Power’ como referência e esse álbum já tem 24 anos de lançamento. O que isso te diz?”