Em 1991, dois lançamentos mudaram o rumo da música: Nevermind do Nirvana e Ten do Pearl Jam. Juntos, os grupos vindos de Seattle ultrapassaram o hard rock e hair metal dos anos 1980 e apresentaram o grunge ao mainstream.

Uma das bandas teve uma vida útil curta, apesar de ter revolucionado a música, a moda e até o comportamento social. A outra, criou um império de mais de 30 anos – e contando. Ten, que foi lançado no dia 27 de agosto de 1991, é o início dessa história.

O Pearl Jam, grupo responsável pelos hits “Even Flow” e “Jeremy”, se formou no início de 1990 quando o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament se juntaram no Mother Love Bone em 1988. Enquanto preparavam o lançamento do álbum de estreia do grupo, Apple (1990), o vocalista Andrew Wood morreu vítima de overdose de heroína em março daquele ano. Com o fim da banda, os colegas buscavam músicos para embarcar em uma nova jornada com eles – e que jornada!

Logo, eles conheceram Mike McCready, que também sofria pelo término de sua banda, Shadow. Juntos, eles formaram o Mookie Blaylock e gravaram uma demo esperando encontrar um vocalista e um baterista para completar o lineup. Enquanto isso, o frontman Chris Cornell, ex-colega de quarto do falecido Wood, convidou os ex-Mother Love Bones para gravar algumas faixas que tinha escrito em homenagem ao amigo. Ao lado de Matt Cameron, baterista do Soundgarden, eles criaram o Temple of the Dog.

Alguns meses depois, em setembro, um artista, surfista e músico de San Diego, Califórnia, conhecido hoje como Eddie Vedder, ouviu a demo que o Mookie Blaylock gravou e se interessou pelo som. O cantor gravou seus vocais por cima da demo e enviou de volta para Ament, Gossard e McCready, que logo o convidaram para visitá-los em Seattle. Quando chegou, Vedder viu Cornell e o restante do Temple of the Dog gravando no London Bridge Studios e logo entrou para completar “Hunger Strike” com seu vocal. Quando as sessões com o Temple of the Dog terminaram, a nova formação do Mookie Blaylock entrou naquele mesmo estúdio com o mesmo produtor, Rick Parashar, e começaram a trabalhar no que viria a ser Ten.

Cheio de texturas, riffs poderosos que ocupam estádios, refrões que seriam cantados por milhões de pessoas ao redor do mundo anos depois, e letras poderosas sobre depressão, suicídio, solidão, saúde mental, desabrigo e assassinato. O álbum produziu grandes hits como “Alive”, que conta a história de um menino que descobre que seu pai é na verdade seu padrasto – inspirado na vida de Vedder -, “Even Flow”, uma faixa sobre um homem sem-teto, e “Jeremy”, um hit sobre um garoto que comete suicídio na frente de seus colegas de escola.

Porém, Ten é muito maior que seus hits. “Black”, “Release” e “Oceans” são exemplos de histórias emocionantes que foram combinadas com melodias impecáveis, apenas uma amostra daquilo que o Pearl Jam iria apresentar ao mundo. Um sucesso nas paradas desde o momento do lançamento, Ten foi um dos discos mais importantes para a consagração do grunge e rock alternativo no mainstream, inspirando grandes outras bandas e álbuns por vir.

Com onze discos de estúdio, sete álbuns ao vivo, um EP e dezenas de singles depois, o Pearl Jam continua impressionando os fãs com canções inovadoras e revolucionárias.

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Jornalista musical há 8 anos, é editora do Wikimetal, onde une suas duas grandes paixões: música e escrita. Acredita que a música pesada merece estar em todos os lugares e busca tornar isso realidade. Slipknot, Evanescence e Bring Me The Horizon não podem faltar na sua playlist.