Há 30 anos, Pearl Jam estreava no mundo da música com o álbum Ten, um enorme sucesso de crítica e vendas que mudaria tudo para a banda.
A ótima recepção do disco marcou a realização de um sonho de infância os membros, mas também trouxe pressão e escrutínio do público. Depois de seis clipes para os singles de Ten, entre eles o controverso e icônico “Jeremy”, a banda decidiu ir “na contramão” da indústria.
Na época, entrar na grade da programação da MTV era uma das maiores oportunidades de publicidade para qualquer grupo e, por isso, as gravadoras eram insistentes em garantir registros visuais para promoção de novos álbuns.
“Tomamos muitas decisões que iam contra o que a gravadora queria que fizéssemos: ‘Vocês tem que fazer um vídeo para ‘Black’ ou nunca venderão mais discos’. Lembro que era importante para eles. Mas sabe, isso não aconteceu. Então, tivemos sorte, mas foi nossa decisão”, contou Mike McCready à Classic Rock.
A princípio, o guitarrista não gostou da ideia dos demais colegas, justamente por medo de arruinar a chance com a qual sempre sonhou. Depois de três décadas e uma carreira de sucesso, com o Pearl Jam ainda na ativa, ele entende a importância de desacelerar. “Eu acho que eles estavam certos. Eu sinto que [se] ainda estamos por aí hoje, talvez seja por causa da primeira grande decisão de tentar fazer do nosso jeito”, observou.
Por que Pearl Jam parou de gravar clipes?
Além de parar com clipes, a banda reduziu o número de entrevistas, arriscava na sonoridade dos discos e passou a recusar embalagens de acrílico nos álbuns, sem jamais seguir as orientações de executivos.
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Todas essas decisões eram arriscadas e pareciam ameaçar o futuro da banda do ponto de vista comercial, mas jamais foram maiores do que a fascinação que o grupo exercia nos fãs, mesmo entre altos e baixos. Mas de onde veio essa decisão de parar com os clipes, afinal?
Um encontro de Jeff Ament com Mark Eitzel, do American Music Club, nos tempos de Ten, mudou a visão do baixista para os clipes. O cantor elogiou “Jeremy”, mas disse que o clipe era ruim e tinha arruinado a música para ele. “Daqui a dez anos, não quero que as pessoas se lembrem de nossas músicas como vídeos”, informou Ament à Rolling Stone em 1993.
“Em retrospecto, foi brilhante. Era o que tínhamos que fazer… Se tivéssemos seguido o conselho de todos na indústria, ou de nossos próprios egos, teríamos ido atrás até que tudo iria pelo ralo”, concluiu Stone Gossard em entrevista de 2006.
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