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Chester Bennington, Chris e Lily Cornell e Vini Castellari

Chester Bennington, Chris e Lily Cornell e Vini Castellari. Crédito: Reprodução/Facebook

Para além do Setembro Amarelo: como a música e a saúde mental se encontram

O Wikimetal reforça que a atenção à saúde mental deve permanecer em pauta o ano inteiro, e mostra como a música está intríseca com o assunto

Hoje, dia 30, chegamos no final do mês de setembro que, para muitos, é automaticamente relacionado ao Setembro Amarelo, mês em que a prevenção ao suícidio e, com isso, a atenção à saúde mental se torna pauta frequente em diversos formatos de comunicação, e é foco de ações e formas de educação sobre o vital assunto, e aqui no Wikimetal, escolhemos o último dia do mês para reforçar que falar e cuidar da saúde mental precisa ser, na verdade, um assunto para todos os dias do ano inteiro, e como a música pode e deve nos auxiliar nesse contínuo processo.

Segundo um estudo da British Academy of Sound Therapy, ouvir cerca de 78 minutos por dia de música pode proporcionar uma grande influência para manter a saúde mental, baseado em uma pesquisa com 7.500 pessoas pelo mundo. As conclusões do estudo também apresentam um detalhe interessante: a variedade de tipos de som pode ser chave para manter esse equilíbrio, e a BASP recomenda: 14 minutos de música animadora, 16 minutos de música calma, 16 minutos de música para superar a tristeza, 15 minutos de música para motivar a produtividade, 17 minutos de música para ajudar a lidar com a raiva.

Mas cuidar da saúde mental vai, com certeza, além de receitas para a felicidade, e encontrando uma parte vital de seu processo desabafar nossos sentimentos, e ouvir palavras e conversas encorajadoras para entender o que passa dentro de nós através da experiência alheia.

Em maio deste ano, Lily Cornell Silver anunciou o programa Mind Wide Open na mesma semana em que o mundo perdia três anos atrás o ídolo Chris Cornell, e Lily perdia seu pai. “Meu objetivo com esse projeto é simples”, ela explica. “Quero ajudar a normalizar a conversa sobre saúde mental (…) Agora, mais do que nunca, as pessoas estão sofrendo com sua saúde mental devido ao trauma, stress, perda e luto coletivo devido à pandemia do COViD-19”.

Lily também compartilhou suas próprias lutas, após perder o pai, o que torna a proposta do projeto mais especial ainda. “Nós sempre falávamos sobre a ansiedade e depressão com que ele sofria e saúde mental foi sempre algo com que ele precisou lidar a vida inteira (…) Perder meu pai abriu um buraco no meu coração e o luto e trauma que seguiu isso vêm com suas próprias lutas.”

O programa já possui 11 episódios que podem ser conferidos na íntegra no Instagram de Lily, confira abaixo sua entrevista com o vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder.

Quem também transformou parte de sua vida em uma missão para ajudar e informar a maior quantidade de pessoas possíveis a respeito da saúde mental é Talinda Bennington, a viúva do vocalista do Linkin Park, Chester, morto em julho de 2017 após uma longa batalha contra a depressão.

Talinda criou o 320 Festival com a proposta de normalizar as conversas sobre saúde mental após ver seu marido sofrer com depressão e uso de substâncias por diversos anos, no entanto, se encontrava sem informações o suficiente para ajudar sua família a passar por essa situação, com isso, o evento chega para as pessoas receberem a ajuda e informação necessária para se cuidarem, e cuidarem de entes queridos. Clique aqui para saber mais sobre o festival.

As substâncias, como visto nos casos de Cornell e Bennington, são grande parte da luta com a saúde mental, principalmente na música. No ano passado, o frontman do Metallica, James Hetfield, retornou à clínica de reabilitação para tratar de suas dependências, e hoje, parece estar bem.

Quem também retornou de uma comunidade terapêutica este ano foi o guitarrista da Project46, Vini Castellari, que falou em entrevista ao Wikimetal sobre sua experiência, alegando que foi a melhor atitude que já tomou na vida. E agora, de volta ao “mundo real”, está usando sua plataforma nas redes sociais para contar suas experiências e ajudar outros que possam sofrer da doença da adicção, como explica. “Nós temos historicamente não só no metal mas em todo mundo, pais de família, temos muito heróis não só na música mas em muitas áreas que morreram por conta da doença da adicção, que foi o que eu descobri dentro da comunidade terapêutica que eu fiquei nesse cinco meses.”

“Esse processo foi libertador, ele é só um alicerce, é um ínicio de uma recuperação diária, e então eu consegui aprender muito mais sobre mim mesmo. Nós vivemos em uma sociedade em que tudo é muito corrido, muito imediatista, muito a pronta-entrega, e a vida é muito maior do que isso. (…) No passado eu consegui momentaneamente uma solução temporária, porque eu não tinha conhecido uma programação que ajuda no processo que é uma irmandade anônima, salva milhões de vida no mundo inteiro, sem fins lucrativos e dentro dessa CT eu tive a oportunidade de conhecer. Foi um processo muito importante, por mais que seja doloroso, difícil você abrir mão de tudo que você tem em volta, mas você não tem você mesmo, não dá pra dar valor às outras coisas.”

Confira abaixo um dos vídeos que Vini está fazendo em seu canal do YouTube.

Se precisar de ajuda, busque o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio 24 horas por dia, todos os dias, por meio do telefone 188, e também por chat, e-mail e pessoalmente. Clique aqui para saber mais.

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