No começo deste ano, Gene Simmons reforçou um mantra que ele vem repetindo faz alguns anos: “O rock está morto.”
Dá pra entender:
Se o Kiss dos dias de hoje for a referência, talvez o rock esteja morto mesmo. As bandas seriam apenas uma caricatura de seus anos de glória. Uma espécie de cover de si mesmos. Ou ½ cover, como Ace Frehley se refere à formação atual do Kiss.
Mas será que o rock de hoje resume-se ao que o Kiss tem feito e lançado?
E notem que eu acho o último álbum do Kiss, Monters (2012), bem legal… Mas lá se vão quase 10 anos, né? Já não era pra terem lançado algo novo? A menos que eles (Gene incluido) estejam mortos mesmo. Nesse caso, a declaração dele faz sentido. O rock está morto.
Já a Tia Alice pensa diferente. Alice Cooper discorda frontalmente de Gene:
“Garanto a você que em algum lugar de Londres tem garotos conhecendo Aerosmith e Guns N’ Roses agora. Tem um monte de garotos de 18 anos que estão lá com as suas guitarras e baterias aprendendo o que é o hard rock. E acontece o mesmo nos EUA.”
Independente das opiniões pessoais de Gene e Alice, se tem uma coisa que com absoluta certeza mudou radicalmente dos anos 80 pros dias de hoje, não é a qualidade do rock, das músicas e das bandas, e sim a forma como o rock chega até você. Vejamos:
Antigamente, o seu trabalho era ligar a TV e deixar o rock chegar até você. Ou sintonizar uma rádio. Ou pegar uma revista ou jornal.
Hoje, o rock não está na TV. Nem nas rádios. Nem no jornal (existe ainda?). Nem em lugar nenhum que vai “magicamente” chegar até você.
Mas isso não significa que o rock não exista. Significa apenas que não é ele mais que vai até você. É você que tem que ir até ele.
E se você não vai até o rock, se você não se mexe, não busca, não sai da inércia…, bem… você já adivinhou como vou fechar essa frase, né?
Sim, é isso mesmo:
O rock não morreu. Quem está morto, é você!
Quer sair da inércia? Aqui vai uma pequena ajuda, um começo.
Abaixo segue uma playlist só com músicas lançadas em 2021. Sim, apenas músicas novas, lançadas nos últimos 4 meses.
De sons mais pesados (um Gojira aqui) até mais leves (um Noel Gallagher acolá); Tem sons mais rápidos (como os do Accept) e mais lentos (tipo Wolf Alice); Tem diversas bandas novatas (como um Dirty Honey) a inúmeras bandas lendárias (como um Helloween por exemplo);
Tem bandas americanas (como o thrash do Flotsam & Jetsam), bandas alemãs (tipo Primal Fear), canadenses (como o duo Crown Lands), escocesas (tipo o som mais rock n’ roll do The Fratellis), bandas finlandesas (como Noora Louhimo Experience), holandesas (tipo um Epica), inglesas (como o grande Thunder), italianas (tipo Frozen Crown), suecas (como Grand Royale) e muito mais!
Tem até um Paul Stanley do Kiss com seu Soul Station mostrando que nem o Kiss está realmente morto!
E no Brasil? Bem, se você não ouviu ainda este som do Impavid Colossus ou este aqui do Val Santos, você tem que acordar!
Todas elas, são músicas de 2021, lançadas agora, praticamente “ontem”. De todos os estilos, de inúmeros lugares do planeta, de todos os lados, deixando uma trilha de evidências que diz, ou melhor, que berra:
O rock está mais vivo do que nunca!
É possível que eu tenha um viés de confirmação por ser fundador do Wikimetal? Óbvio que sim! Mas isso também entra na conta do mesmo raciocínio que aparece no final do doc de Dave Grohl lançado esta semana (hun… documentários novos sobre rock em 2021 mostrando bandas clássicas e novas? Se o rock morreu, pra que??? Mais uma pista…) aonde todos os entrevistados dizem: “Eu nunca vou desistitr da vida que escolhi e do rock”.
Eu também não!
E olhando pra dentro do próprio Wikimetal, um dos principais veículos de rock do país, que tem praticamente todo o seu conteúdo feito por mulheres (sim, mulheres!) de 20 e poucos anos, que manjam demais de rock e metal. A redação com Dude, Erica, Gab, Pétala e Vicky e nossas Social Media, Marcela e Nina: Elas são prova que o rock está vivo, renovado e pulsando nas novas gerações!
Pra onde olho, a mensagem é clara: O rock está vivíssimo.
É evidente que pode-se abrir uma outra discussão, longe do aspecto puramente musical, sobre se o rock deixou de ser um instrumento de mudança, contestação e um veículo para construção de uma sociedade mais justa como foi no passado.
Mas dado que curtir rock deixou de ser uma prerrogativa puramente da juventude como acontecia nos anos 1960, 1970 e 1980, acho que essa discussão é mais complexa e pode ser deixada para outro momento. Por hora, foquemos na música. E nela, o rock está vivo.
Abaixo segue a playlist. Tem pra todos os gostos. Não gostou de algum som que tá tocando? É fácil: Next!
São mais de 12 horas de música SENSACIONAL (será que seria fácil, encontrar essa quantidade, diversidade e qualidade de músicas em anos passados? Hun… Como diria Robert Plant, “it makes me wonder”)…
Enfim… Vou seguir atualizando a playlist até o fim do ano. Vamos ver com quantas músicas fantásticas a gente termina 2021. Neste instante tem quase 200 sons nessas 12 horas.
Bem, é isso. Se gostar, siga a playlist e divulgue praquele seu amigo que sempre fala que o rock morreu! Abaixo a de 2021 e a de 2022:
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