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Capa do disco 'Bleach', do Nirvana

Capa do disco 'Bleach', do Nirvana. Crédito: Divulgação

Nirvana: há exatos 32 anos a banda lançava o álbum de estreia ‘Bleach’

‘Bleach’ foi um marco na história da música, servindo de contramovimento do som glam rock de 1980

Os anos 1980 estavam chegando ao fim quando a música começou a andar novos caminhos. O grunge surgiu como uma resposta ao glamor e às cores do glam rock que sobrecarregou a década. A imagem suja, o som distorcido e as inspirações vintages deram vida a grandes bandas do rock como o Nirvana.

Kurt Cobain, ao lado de Kris Novoselic e Chad Channing, passou dezembro de 1988 e janeiro de 1989 gravando Bleach, álbum de estreia que foi lançado meses depois, em 15 de junho de 1989 pela gravadora Sub Pop, hoje considerada a precursora do grunge e da música independente.

No início de 1988, o Nirvana havia reservado o estúdio para gravar com o baterista do Melvins, Dale Crover, porém eles acabaram escolhendo Channing para o trabalho. A escolha acabou não sendo a ideal, já que o grupo precisou remixar as gravações de Crover nas músicas “Floyd the Barber”, “Paper Cuts” e “Downer”, pois as de Channing não saíram como esperado e o baterista acabou saindo em 1990, dando espaço a Dave Grohl.

Bleach foi produzido por Jack Endino que cobrou 600 dólares pelas 30 horas de gravação do material, que contou com os singles “About a Girl”, “Love Buzz” e “Blew”. Com a estreia, o Nirvana abriu caminho para contramovimento que perduraria até o fim dos anos 1990.

Endino também ajudou o Nirvana a encontrar um guitarrista para o álbum, sentindo que eles estavam muito crus. A escolha foi Jason Everman que acabou se tornando o segundo guitarrista do Nirvana até eles sentirem que funcionavam melhor como um trio. Apesar de não ter participado na gravação, ele aparece creditado no álbum. Segundo Novoselic, eles queriam “fazer com que ele se sentisse em casa na banda”.

A capa do álbum, uma foto do grupo em um show na Reko Muse Art Gallery, em Washington, tirada pela então namorada de Cobain Tracy Marander, mostra a quebra de estilo e paradigma que eles iriam propor durante sua toda sua carreira, curta que foi com apenas sete anos de história.

O trabalho foi escrito quase todo por Kurt Cobain na véspera das gravações. “Era como se eu estivesse irritado. Não sei com o quê. Vamos apenas gritar algumas coisas negativas e, contanto que elas não sejam sexistas e não fiquem muito constrangedoras, tudo bem”, ele contou em 1993 à revista Spin.

Bleach, inicialmente seria chamado de Too Many Humans, mas Cobain escolheu mudar o nome depois de ver a palavra escrita em um pôster de prevenção de AIDS para viciados em heroína. “Bleach their works”, estava escrito.

Os singles escolhidos para o álbum quase não entraram para o álbum. “Love Buzz”, um cover de Shocking Blue, segundo Cobain, era para ter um som mais pesado e ele não gostou muito do resultado. “Era nossa primeira gravação. Não tínhamos certeza do que queríamos ainda”, ele disse à NME na época.

“About a Girl”, outro single do álbum e uma das mais famosas da banda, quase não foi escolhida por Cobain para ir ao corte final. Ele disse, durante uma entrevista à Rolling Stone, que na época escutava muito R.E.M. e a canção acabou com um toque pop. Outra música que chamou atenção foi “Blew”, que mais tarde ganhou um EP com “Love Buzz”, “Been a Son” e “Stain”, as últimas duas canções também apareceram no Incesticide, de 1992.

A crítica especializada da época ouviu o álbum com mente aberta e escreveu bastante sobre um possível início de uma nova era, porém o público não estava pronto para entender o gênero. A notoriedade da banda se tornou pública apenas em 1991, quando o grupo lançou o icônico Nevermind. Em seguida, a Geffen Records relançou o álbum de estreia e foi um sucesso, tendo vendido, até hoje, 1,7 milhões de unidades apenas nos Estados Unidos. Até os dias de hoje Bleach é o álbum mais vendido da Sub Pop, um grande clássico de fato.

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