Myles Kennedy lança nesta sexta, 14, The Ides of March, segundo álbum solo da carreira. Desta vez com mais rock, o músico conhecido pela trajetória no Alter Bridge e ao lado de Slash e The Conspirators leva o ouvinte em uma jornada pela extensão da habilidade vocal e técnica na guitarra no projeto.
Assim como Year of the Tiger, o título esconde um significado com diversas interpretações possíveis. No primeiro álbum solo, com predominância de blues e até country no som, o ano de 1974, o Ano do Tigre no calendário chinês, marca a morte do pai de Kennedy, na época com apenas cinco anos, e também significa coragem, renovação e força.
Em The Ides of March, o músico se aproveita do profético dia 15 de março, conhecido como Idos de março, marcado pela profecia do assassinato de Júlio César na Roma Antiga eternizada na obra de William Shakespeare. A partir dessa premissa, Kennedy faz uma leitura profunda e política da sociedade atual, com posicionamentos sobre relações pessoais e coletivas, nos propondo a reflexão sobre o que nos aguarda no amanhã.
Quase dois meses atrasado com relação ao fato histórico responsável pelo título, o músico contou ao podcast Appetite for Distortion que a intenção original era lançar o projeto no mês de março, mas não foi possível finalizar a tempo. “Pelo menos começa com M”, brincou sobre a escolha da nova data.
Com músicas escritas em diversos momentos da carreira, entre faixas engavetadas há uma década e composições iniciadas no período de isolamento social, Kennedy não abandona as influências que marcaram a estreia solo ao entregar um disco mais voltado ao rock que o anterior.
Como o próprio artista detalhou em uma análise faixa a faixa do álbum para Loudwire, as músicas passam por momentos de olhares mais profundos para as relações interpessoais, cantando sobre amor, saudade e perda, a importância da tranquilidade em tempos sombrios, e seguem para cenários macro com observações sobre a necessidade de novas dinâmicas entre a sociedade humana, o meio ambiente e os animais em tempos de polarização extrema e fluxo tão intenso de notícias que a própria realidade se distorce.
Na mensagem final, Myles Kennedy reforça a mensagem de tantas composições no Alter Bridge, com votos de que todos podem mudar a vida individual e coletiva com dedicação e compromisso sincero.
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