O guitarrista do Slipknot, Mick Thomson, afirmou em entrevista (via Guitar World) que gravou solos para o disco de estreia da banda, o Slipknot (1999), mas que foram cortados do álbum pelo produtor Ross Robinson e por Joey Jordison, fundador e baterista da banda na época.

Segundo Thompson, o motivo pela retirada dos solos no material final da banda se dava por conta das tendências da época, onde o nu metal estava em alta e os solos de guitarras estavam fora de moda, dando lugar aos riffs com afinações baixas.

O guitarrista relembra: “Eu tinha alguns solos em músicas, mas todos eles foram cortados, porque entre Ross e Joey, solos de guitarra são estúpidos agora. Qualquer tipo de técnica de tocar guitarra era ridicularizada e desaprovada.”

Mick ainda contou como se sentiu sobre os cortes: “Eu entendo, mas foi uma droga. Porque foi uma dessas coisas em que fiquei, tipo: ‘Passei a vida inteira tocando e agora estou aqui e… não. Esqueça. Acabou tudo. Apenas tire isso tudo de mim. Está legal. Não importa que eu tenha ficado sentado no meu quarto por anos, obcecado e tentando fazer qualquer coisa, e agora estou aqui e… não.’”

Apesar do álbum contar com vários riffs esmagadores, Thomson detalha que diversas linhas de guitarras foram deixadas de lado: “Então, sim, eles tiraram as linhas principais. A música ‘(sic)’ costumava se chamar ‘Slipknot’ e havia uma linha principal nela, e então havia solos em alguma outra porcaria. Mas eles foram espremidos para fora.”

Embora Thomson tenha entendido a contragosto a decisão de remover seus solos, ele não chegou a oferecer muita resistência para a permanência: “O que posso fazer? Ter um chilique?”

A Influência de Ross Robinson

Essa foi a primeira contribuição de Ross com o Slipknot. Ele também foi produtor do segundo álbum da banda, o Iowa, de 2001. Robinson, que é conhecido como “padrinho do nu metal”, foi crucial para o direcionamento musical do grupo, algo persiste até os dias atuais.

Em uma entrevista (via Peer Pleasure Podcast), o produtor coloca o álbum como “a coisa mais pesada que provavelmente já fiz”, e relembra: “A [gravadora] Roadrunner não estava ajudando a situação na época. Eu fiquei à frente de todo o tempo de estúdio. Eu mesmo dei um depósito no estúdio. Mandei Mick ao dentista e paguei por tudo. Seja lá o que fosse, ensaios, o local de ensaio, eu fiquei à frente de tudo até quase começarmos a mixar.”

Além do Slipknot, Ross também trabalhou com outras bandas de nu metal como o Korn e Limp Bizkit, ou que flertavam com o subgênero na época, a exemplo do Sepultura (Roots) e Machine Head (The Burning Red).

O álbum Slipknot foi muito bem recebido pela crítica e ajudou a impulsionar a banda ao estrelato. Neste ano o Slipknot está comemorando 25 anos do disco e irá fazer um show com set dedicado a ele no Knotfest Brasil no dia 20 deste mês, tocando o álbum na íntegra.

LEIA TAMBÉM: 14 clássicos da carreira do Slipknot: de 1999 até hoje

Tags:
Categorias: Notícias

Frequentador de shows desde 1900 e lá vai pedrinhas (show do Sandy e Júnior conta?). Nascido em berço de “Rock Pauleira” (obrigado pai). Aborrecente em tempos de Nu Metal. Moldado pelas escoriações dos moshs do underground curitibano. Poser de bandas do mainstream. Hoje um renomado (aos olhos de minha esposa) sommelier do Metal em geral. Um sujeito descomedido na criação de playlists inúteis no Spotify e com suspicaz gosto por outros gêneros musicais (quem não gosta de Backstreet Boys?). Ex-vocalista de várias bandas imaginárias. Gosto tanto de shows que meu filho até nasceu em um (Metallica 2022 Curitiba) e invejosos dirão que foi planejado. A pior injuria que cometi foi chamar alguém de pagodeiro. E sim! Eu conheço Manowar.