O show do Mayhem em Brasília na noite da última quarta-feira, 22, foi cancelado de última hora, com fãs e a própria banda no local da apresentação. A apresentação da banda em Porto Alegre, que aconteceria na véspera, dia 21, foi cancelada com antecedência após acusações de associação ao nazismo contra a banda.

A princípio, a organização levou o show adiante normalmente, apesar da recomendação da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) e do Ministério Público Federal para que a segunda e última apresentação do Mayhem no Brasil em 2023 fosse cancelada, sob a justificativa da existência de “evidências de que integrantes e ex-integrantes da banda estão envolvidos com apologias neonazistas, suicídio, canibalismo e assassinato, além de diversos tipos de violências e discriminações, incluindo queima de igrejas, referências à extrema violência, incitação à mutilação, declarações racistas e antissemitas”.

Sem nenhuma ordem de cancelamento por parte dos órgãos, tanto os produtores, quanto a casa de shows Toinha Brasil optaram por seguir em frente com o show, informando aos fãs que o show “foi autorizado e está confirmado” na tarde de ontem. “Chegamos aqui e queremos ver vocês hoje”, disseram integrantes da banda em vídeo sobre a apresentação em Brasília

Os fãs foram ao local normalmente, mas publicações nas redes sociais de pessoas presentes mostram que uma viatura policial estava parada em frente ao Toinha Brasil. De acordo com a cobertura do site Igor Miranda, a banda de abertura, Denied Redemption, se apresentou normalmente e o anúncio do cancelamento foi realizado na sequência por André Faria, advogado da produtora responsável pelo show.

“Digo isso de coração partido, além de fã da banda, batalhei muito (…) e infelizmente, é isso”, disse o advogado ao público presente. Caso a organização decidisse seguir em frente com o show do Mayhem, a polícia prenderia os organizadores no local. 

Nas redes sociais, o CEO da agência de shows Talent Nation Latin America, responsável pela turnê atual da banda, prometeu retornar. “Mais uma página foi escrita na história do Mayhem na América Latina. (…) Obrigado aos promotores do México, Costa Rica, Chile, Argentina e especialmente Brasil, que trabalharam sem descanso e cuidaram de nós a cada momento, apesar das circunstâncias, vocês são verdadeiramente profissionais. Muita gratidão aos nossos amigos brasileiros também, obrigada por nos receberem. Vamos voltar. O passado está vivo…”, escreveu Ruben Barros

Questionado pelo g1 sobre as acusações, o Mayhem se declarou contrária a discursos de ódio.  “Nem a banda nem nenhum de seus membros toleram racismo, nazismo, homofobia ou qualquer outro ‘crime de ódio’. (…) Qualquer forma de julgamento baseado apenas no histórico de uma pessoa, cor da pele, preferência sexual ou qualquer outra coisa sobre a qual ela não possa ter controle é um ato de fraqueza e é rejeitado pela banda”, informaram em nota enviada ao veículo de comunicação. Saiba mais aqui

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