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Max Cavalera

Max Cavalera. Créditos: Divulgação

O dia em que Max Cavalera e sua esposa foram sequestrados na Jamaica

O músico brasileiro relatou pela primeira vez os momentos de terror e tensão que viveu ao lado de sua esposa, Gloria

Em depoimento publicado na Kerrang!, Max Cavalera – que é o convidado desta quarta-feira, 30, do Wikimetal Happy Hour – contou a história arrepiante sobre quando foi passar férias na Jamaica com sua esposa, Gloria, e os dois viveram um verdadeiro pesadelo.

Entre 2002 e 2003, o casal decidiu relaxar na casa de um amigo chamado Mark e solicitaram um conhecido dele para guiá-los por um tour. De acordo com Max, um incidente teria acontecido no dia do primeiro encontro e este guia não poderia encontrá-los. Max e Gloria não puderam ser avisados pois estavam no avião e quando pousaram na Jamaica foram recebidos por dois homens desconhecidos que, de acordo com Max, se apresentaram como amigos do guia e tinham seus nomes em um cartaz – escritos de forma errada.

De acordo com Cavalera, os dois homens teriam ouvido a conversa de seu amigo com o guia quando este ligou para Mark para avisar que não poderia encontrar o casal. Os dois estranhos teriam conduzido os Cavalera pela cidade em uma van branca e os levado para comprar maconha a pedido de Gloria em “um lugar horrível no gueto”.

Sem saber que estavam em perigo, Max e Gloria deixaram que os dois homens dormissem na sala de seu quarto de hotel, acreditando que aqueles eram seus guias turísticos e iriam lhes levar para um tour no dia seguinte. De acordo com Cavalera, ambos demonstraram comportamento suspeito, como perguntar o valor de alguns itens pessoais do músico e não saber como usar o controle remoto da televisão.

“Nós fomos dormir e o telefone tocou às cinco da manhã e era meu amigo. Aí foi quando a merda bateu no ventilador,” conta Cavalera. Ele disse ‘Vocês estão correndo grande perigo neste momento! Esses caras não são meus amigos. Meu amigo está no hospital com o filho dele e esses caras são ladrões! Vocês precisam se livrar deles e precisam fazer isso de um jeito que não os irrite porque eles podem machucar vocês!”

“Eu fui dar uma olhada neles e um deles estava dormindo com uma faca de caça enorme perto da cabeça dele. Eu pensei ‘Merda! Isso é ruim!’ e eles estavam começando a acordar, então a Gloria disse, “Vai trocar uma ideia com eles e não aja diferente.’ Eu entrei na sala e perguntei, ‘Ei, pra quê a faca?’ e ele inventou uma baboseira sobre cortar cana-de-açúcar, mas eu estava pensando ‘Não é isso. Eu sei bem pra quê é essa faca!’. Foi muito assustador.”

Max Cavalera conta que Gloria conseguiu chamar a segurança através de um botão de alarme silencioso no quarto e os guardas começaram a discutir com os dois desconhecidos no dialeto oficial da Jamaica. Eventualmente, ambos foram levados em custódia até a delegacia, mas Max e Gloria precisaram fazer a viagem no mesmo carro que os dois homens para prestar depoimento.

“Eles nos levaram para a cadeira e era uma cadeia do gueto, não era um lugar em que você queria estar. Bem perturbador,” lembra Cavalera. “Eu só pensava ‘Por que estamos em uma delegacia em Kingston no nosso primeiro dia de férias?’. Eles nunca confessaram que queriam nos matar, mas definitivamente queriam nossas coisas e eles eram muito, muito esquisitos.”

“Apesar de tudo, eu me identifico com a Jamaica porque é semelhante ao Brasil de várias formas,” declara Max. “Tem muita pobreza e as pessoas fariam qualquer coisa por um trocado. As pessoas tentam te vender coisas a partir do momento em que você pisa fora do aeroporto, dizendo coisas do tipo ‘Sou o primo do Bob Marley, vou te levar até a casa dele!’”

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