Max Cavalera conquistou o posto de um dos maiores ídolos do metal brasileiro, reconhecido internacionalmente e admirado por muitos colegas na música. Do Sepultura ao Soulfly e Go Ahead and Die, a carreira e vida pessoal do músico passou igualmente por momentos de êxtase e amargura.
Em entrevista ao quadro The Wikimetal Happy Hour, Max foi convidado a refletir sobre o conselho que gostaria de dar ao Cavalera de 17 anos de idade, iniciando uma jornada sem saber onde chegaria.
“O que eu falaria para o Max Cavalera adolescente é: vai doer pra c*ralho, mas você vai curtir pra c*ralho. Aquela coisa assim: não vai ser fácil. Vai ter glória, mas a glória anda sempre lado a lado com a tragédia”, começou. “É muito estranho isso, por que acontece isso, né? Mas não sei, é parte da vida”.
Analisando a própria história, o músico exemplificou um momento de auge profissional acompanhado pela trágica morte do enteado Dana Wells, aos 21 anos de idade. “A maioria das minhas glórias são meio conectadas com tragédias. Por exemplo, no auge do Roots, celebrando o álbum e tudo, teve a morte do filho da Glória”, contou. “Eu nunca tive meio que o prazer de totalmente celebrar o que estava acontecendo por causa do que acontecia ao redor, então com a glória veio a tragédia ao mesmo tempo”.
Mesmo com esses momentos agridoces, ele não se arrepende da jornada até aqui. “É difícil de explicar, mas queria [dizer] ao Max Calavera novo que vai doer e vai ser difícil, mas vai ter muita coisa legal também. Vai que vale a pena. Para mim, é isso mesmo. Não escolhi o caminho errado, para mim é o caminho certo, o caminho do lado esquerdo, ir na contramão. (…) É tudo parte da vida, você está aprendendo com tudo isso e tudo é lição”.
O trágico episódio da morte de Dana marcou profundamente o período do álbum Roots (1996) para Cavalera. “É amargo, cara. Acho que nunca realmente gostei do que o Roots trouxe por causa disso. Foi quebrado por causa disso. Mas isso é a vida, cara”, contou em entrevista ao Heavy 1 / Hard Force Radio (via Loudwire).
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