Mark Morton, guitarrista da banda Lamb of God, lançará seu segundo álbum solo Without The Pain, um álbum que traz uma sonoridade diferente do anterior, e ainda mais diferente de seu trabalho no Lamb Of God.

Em entrevista para o Wikimetal, o guitarrista detalhou o processo de produção do álbum, como foi trabalhar com os músicos convidados, suas inspirações e planos para o futuro. Confira a entrevista na íntegra:

Explorando novas raízes: a jornada musical por southern rock e blues rock

WM: Oi, Mark. Como você está?

Mark Morton: Estou indo bem, obrigado pelo seu tempo.

WM: Então você tem um novo álbum chegando em 11 de abril chamado Without the Pain. Você pode falar mais sobre esse projeto e o que ele significa para você?

MM: Claro. Without the Pain é, como você disse, meu novo disco solo. Não é meu primeiro disco solo. Lancei um álbum chamado Anesthetic em 2019, que era um pouco mais voltado para rock e metal. Without the Pain, embora seja um disco solo, é um pouco diferente até disso. Esse é um disco influenciado pelo southern rock e pelo heavy blues. Reflete muito o tipo de música que eu ouço como fã, o tipo de música que tive como base por toda a minha vida. É um projeto muito divertido e empolgante, explorar a composição e a gravação com esse gênero, que é algo do qual eu sou um grande fã.

WM: Então, como você disse, esse álbum é mais blues, mais country e southern rock. Foi desafiador para você mudar de um som pesado, como o que você fazia no Lamb of God, para algo mais country?

MM: Não, não foi realmente desafiador porque esse tipo de música tem sido muito próximo de mim durante toda a minha vida. Eu entendo por que pode parecer novidade para pessoas que me conhecem apenas pelo Lamb of God, mas para mim, não é. É o tipo de música que eu amo desde sempre e que eu ouço em casa. Quando toco guitarra em casa, é isso que eu toco. Então, tudo isso pareceu muito natural para mim.

Reflexos pessoais e artísticos no novo álbum

WM: Este álbum é mais pessoal e introspectivo, como o título sugere, é como um processo de cura. Houve algum evento específico que o inspirou a adotar essa abordagem mais reflexiva?

MM: Não sei se diria que este álbum é mais introspectivo do que qualquer outro que eu tenha feito. Algumas músicas são, outras não. Algumas são apenas histórias, outras são mais pessoais. Não é exatamente um estudo pessoal profundo, mas musicalmente e em termos de gênero, ele realmente reflete meus próprios gostos e o tipo de música com que me conecto como fã e como ouvinte.

WM: Tem um cover do Lynyrd Skynyrd no álbum. Por que você escolheu exatamente essa música, “The Needle and the Spoon, especificamente? Há uma razão por trás disso?

MM: Sim. É realmente uma das minhas músicas favoritas do Skynyrd. E eu sabia que queria trabalhar com Neil Fallon. Neil e eu somos amigos há muito tempo e já falávamos sobre fazer um cover. Essa era uma das opções, e acho que ambos amamos essa música. Para mim, ela faz tudo o que uma boa música de southern rock deve fazer: tem um riff de guitarra incrível e letras escuras. É uma música muito legal.

Mark Morton fala sobre parcerias e narrativas emocionais em novo álbum

WM: Há muitos nomes importantes da música country e sulista colaborando com você nesse álbum. Como você escolheu esses artistas?

MM: Muitos deles já eram meus amigos. Charlie Starr, do Blackberry Smoke, é meu amigo há muito tempo. Travis Denning, artista country, também é um amigo próximo. Outros eram pessoas com quem eu sempre quis trabalhar. Cody Jinks e eu fomos conectados por um amigo em comum, depois de algumas conversas, percebemos que seria ótimo fazer algo juntos, e acabou que fizemos duas músicas no álbum. O Jaren Johnston é um caso semelhante: também o conheci por meio de um amigo em comum. Criamos uma ótima conexão criativa e hoje ele é alguém que considero um verdadeiro amigo. Alguns já eram conhecidos, outros foram escolhas pensadas para se encaixarem no projeto. Cada música teve seu próprio processo.

Parceria com Charlie Starr e Jason Isbell

WM: O último single que foi lançado é “Come December, com Charlie Starr e Jason Isbell. Como foi trabalhar com eles especificamente ?

MM: Sim, especificamente essa música é realmente uma das minhas favoritas do disco. E, por coincidência, esses dois caras estavam com agendas tão ocupadas que eles tiveram que fazer tudo remotamente e enviar. Charlie e eu nos conhecemos há muito, muito tempo, e eu queria trabalhar com ele há algum tempo. Estou feliz que tenha demorado até agora para fazer isso, porque essa é a música perfeita para ele. Ele estava em Atlanta e eu estava em Nashville, que não é tão longe, mas era longe o suficiente para que ele fosse a um estúdio em Atlanta e me enviasse o material. Mas sim, foi ótimo trabalhar com esses dois caras. Eu realmente sou um grande fã das carreiras de ambos. Esses caras são artistas que eu ouço apenas por diversão regularmente. Então eu fiquei emocionado de tê-los na mesma música.

WM: Você mencionou que essa é uma das suas músicas favoritas do disco. Quando ouvi pela primeira vez, eu simplesmente me apaixonei por ela também.

MM: Sim, sim. É ótima. Parece que te leva a algum lugar.

Parceria com Cody Jinks

WM: Há um single no álbum chamado Brother com Cody Jinks também. E essa música é extremamente pessoal, tenho certeza de que muitas pessoas podem se identificar com isso também. Então, você se lembra do que estava pensando e do que estava sentindo quando escreveu essa música?

MM: Bem, sim, quero dizer, essa música é sobre uma experiência que vejo muitas pessoas tendo. Acabei de perceber ao meu redor e em algumas das minhas próprias experiências que é tão comum que membros da família que antes eram próximos se tornem distantes, se separem e não se falem ou não façam parte da vida um do outro. E vejo isso ao meu redor, e ouvi tantas versões dessa história. Então é uma coisa muito triste que acontece, mas parece muito comum e muito universal. Então é isso que essa música realmente aborda.

WM: “Hell & Back é a música de abertura do álbum, que é com The Cadillac Three e Jaren Johnston. Por que essa música foi escolhida para abrir este álbum? É você que decide qual música vem primeiro?

MM: Sim, eu decidi. Eu só achei que era um groove legal. Eu achei que era uma maneira muito divertida de começar o disco e achei que isso deu o tom para a jornada que estávamos prestes a seguir.

Entre o Lamb of God e a carreira solo, Mark Morton fala sobre próximos passos

WM: Esse álbum representa um novo capítulo na sua carreira solo. Como você disse no começo, este álbum é diferente do seu álbum solo anterior. Então, quais são seus planos para o futuro? Você quer continuar com esse tipo de som?

MM: Acho que sim. Não tenho nenhum plano realmente definido agora porque este álbum está saindo agora. Demorou tanto para montar. Acho que estou trabalhando neste disco há mais de dois anos, um pouco de cada vez, porque estou muito ocupado com o Lamb of God, então tenho que trabalhar entre minhas responsabilidades e meus projetos com Lamb. Então, acho que será isso por um tempo. Para o material solo, vou deixar este ser lançado e deixar as pessoas absorverem e aproveitarem. E tenho certeza de que haverá algo mais no futuro. Mas agora vou mudar o foco e pensar um pouco sobre o material do Lamb of God.

WM: Há possibilidade de uma turnê solo com esse novo álbum?

MM: Espero que sim. Fizemos alguns shows e esperamos fazer mais alguns. Tenho uma ótima banda montada com a qual podemos fazer shows. Não temos nada para anunciar agora, mas eu definitivamente gostaria de sair mais e tocar essas músicas ao vivo porque eu realmente gosto disso.

Mark Morton reflete sobre processo criativo e reação dos fãs

WM: Qual foi a parte mais gratificante de fazer todas as músicas, fazer o álbum inteiro em si?

MM: Não acho que seja uma experiência em particular. Acho que para mim é realmente sobre finalmente conseguir escrever músicas e gravar músicas que soam mais como a música que eu ouço como fã. Sou fã desse tipo de música e estudante desse tipo de música há tanto tempo que tenho muito desse som martelando na minha cabeça há anos. E poder finalmente colocar as mãos em um projeto e vê-lo até o fim, essa é realmente a coisa mais gratificante, fazer um disco que reflita meu amor por esse tipo de música.

WM: Como você acha que os fãs vão reagir a esse álbum? E os fãs do Lamb of God que seguem sua carreira solo também?

MM: Sim, alguns vão gostar e outros não, e isso é totalmente ok. Algumas pessoas só gostam de heavy metal e está tudo bem com isso. Eu acho que haverão fãs desse disco que não são fãs do Lamb of God. E haverão fãs do Lamb of God que gostarão desse disco e alguns que não. Estou tranquilo com tudo isso. Eu realmente nunca faço música tentando prever ou esperando que um certo grupo de pessoas gostem dela. Isso não significa que eu não aprecie e não sou grato quando eles fazem isso, mas eu só tenho que fazer a música que eu sinto por dentro. E então quando as pessoas respondem a isso, as pessoas gostam ou não gostam, está tudo bem.

Mark Morton – Without The Pain:

01. Hell & Back feat. Jaren Johnston (THE CADILLAC THREE)
02. Brother feat. Cody Jinks
03. Without The Pain feat. Matt James (Blacktop Mojo)
Kite String feat. Travis Denning
04. Come December feat. Charlie Starr (Blackberry Smoke) & Jason Isbell
05. Dust feat. Cody Jinks & Grace Bowers
06. Forever In The Light feat. Tyler Bryant & The Shakedown
07. Nocturnal Sun feat. Troy Sanders & Jared James Nichols
08. The Needle And The Spoon feat. Neil Fallon (Clutch) (cover de LYNYRD SKYNYRD)
09. Home feat. Travis Dennin

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Apaixonado por música, especialmente metal e hardcore. Toco guitarra desde os 10 anos, sempre buscando evoluir e explorar novos sons. Também me interesso pelo mundo do desenvolvimento de software e de jogos, onde gosto de criar e experimentar novas ideias.