Marcello Pompeu, vocalista do Korzus, comentou as cobranças por posicionamento da classe artística em tempos de profunda polarização política no Brasil.
Em entrevista ao podcast Colisão, o integrante da banda brasileira de heavy metal com maior tempo de atividade na história confessou que mudou de posicionamento político após decepção com o ex-presidente Lula, pelo qual chegou a fazer campanha antes do primeiro mandato.
“O último cara que eu realmente fiz campanha, acreditava e fiz tudo que um aficcionado político fazia, foi o Lula. Tinha uma visão que uma pessoa que (…) morou em lugares difíceis poderia entender a situação do pobre. Eu achava que ele ia ficar para história”, contou. “Eu sou altamente decepcionado com tudo que aconteceu nas administrações do PT”.
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Depois de “um mundaréu de escândalos”, Pompeu mudou de atitude e não vota mais. “Tenho posicionamento há muito mais tempo do que muitos que me criticam, porque eu só saio da minha casa para votar se alguém me representar”, explicou. “Se não me representar, eu não vou escolher. Se não me representa, qual a diferença de você ou ele escolher?”
O cantor também não tem conflitos com amigos por questões relacionadas à política e diz que torce para todos os candidatos eleitos, mesmo sem se sentir devidamente representado. “Vou torcer (…) para eu voltar novamente a ter fé nisso e dizer, ‘Olha, eu achava que ele não me representava, mas o cara é um gênio’. Torci para que esse presidente pudesse fazer um grande governo e vou torcer para o próximo”, continuou.
Por fim, Pompeu também refutou a necessidade de posicionamento político por parte dos artistas. “Não vou ficar fazendo música para xingar Bolsonaro ou Lula”, argumentou. “Vou fazer música para colocar um pouco do que vejo e acredito que possa mudar o coração das pessoas. O que falta no mundo, para mim, é muito amor e respeito pelas pessoas”.
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