Texto por Marcelo Gomes

Em um mundo onde os deuses do metal continuam a reinar supremos, o Manowar se destaca como símbolo duradouro de poder e força. Os verdadeiros fãs se reuniram no Espaço Unimed em São Paulo, e em uma noite de glória do metal, o Manowar provou porque ainda são considerados os reis do metal.

Foram oito anos de espera por esse momento e os fãs que pareciam ter saído direto dos anos 80 vestidos com calça de couro, coletes, coletes com patches,  mostraram sua devoção e compareceram em peso ao show. O palco com uma cenografia imponente que remete ao tema dos discos da banda transportou os fãs  a uma jornada aos reinos do metal.

Antes de começar, um breve aviso que o show não seria transmitido pelos telões e outro ponto a se destacar foi o recado nada educado ao jornalista Régis Tadeu eternizado no meme, “Você não conhece Manowar”.

Após a introdução, o set começou com a “Manowar” e fizeram o chão do local tremer, tamanha a potência do som. Joey DeMaio (baixo), Eric Adams (vocal), Michael Angelo (guitarra) e Dave Chedrick (bateria) não tocavam apenas, a performance parecia evocar uma força superior. 

Os caras não estavam para brincadeira e mandaram mais três clássicos sem piedade: “Kings Of Metal”, “Fighting The World” e “Holy War”, foi de tirar o fôlego. Vale pontuar a atuação do vocalista Eric Adams. No auge de seus 71 anos, cantou com poder e emoção incomparáveis, provando ser uma das grandes vozes da história do metal.

Do recente EP Highlights From The Revenge of Odysseus de 2022, escolheram a faixa “Immotal” que carrega toda a essência que consagrou a banda. Em um momento de puro brilho, o Manowar desacelerou as coisas com a bela “Heart Of Steel”. Eric interpretou com o coração e alma fazendo até o headbanger mais durão cantar emocionado.

Sob os gritos de Manowar, com quase 40 minutos de show, Eric Adams se comunicou pela primeira vez com o público e decidiu testar as habilidades vocais dos fãs. Com o desafio bem sucedido, a banda preparou uma surpresa para os fãs. Convocou os ex-integrantes brasileiros, EV Martel (guitarra) e Marcus Castellani (bateria), além do vocalista Cleber Krichinak do tributo Kings Of Steel para uma participação na música “Warriors Of The World”.  Foi sensacional ver os caras detonando no palco, especialmente no Brasil. Aliás, que semana de glória para os músicos brasileiros. A Crypta foi elogiada pelo Ghost, Nando Fernandes participou do Lynyrd Skynyrd e agora essa participação fantástica no Manowar.

Todo show de metal de verdade precisa de um solo de guitarra, não  é? No Manowar tem de baixo também. Sob a base de “Little Wing” do Jimi Hendrix, Joey DeMaio e Michael Angelo mostraram suas habilidades despejando milhares de notas com muito virtuosismo e momentos de muito feeling. Michael é um guitarrista de mão cheia que se encaixou perfeitamente na banda enquanto Joey é uma lenda que mantém a chama do Manowar acesa.

Voltando às músicas, a próxima foi a clássica “Hail And Kill” que foi cantada com afinco numa verdadeira reverência aos reis do metal. A banda parecia um rolo compressor e não foi diferente quando tocaram “The Dawn Of the Battle”, “King Of Kings”, “The Power” e “Fight Until We Die”.

Um breve intervalo e Joey DeMaio volta sozinho ao palco para fazer seu famoso discurso e claro, em português. Com um simples boa noite já ganhou a galera e continua falando que ontem estava batendo um rango, chapando o coco e relembrando a grande história da banda com o Brasil.

Suas palavras sobre poder e irmandade do metal encontraram eco nos fãs. Aproveitou para dizer que eles pertencem ao Monsters Of Rock, e que gostaria de voltar ao festival em 2024. Após isso, passaram um vídeo sobre um tal de Manoel que foi um banho de água fria. Eric ainda cantou parabéns para ele e Joey fez um brinde. A intenção pode ter sido boa mas o  público chegou a vaiar.

Para compensar, mandam a épica “Battle Hyms”, clássico que resume com perfeição a essência do metal e que uniu os fiéis numa catarse coletiva. Definitivamente, um dos maiores hinos do estilo. Fecham a epopéia com “Black Wind, Fire And Steel” com direito a uma roda sinistra para encerrar de forma memorável essa apresentação grandiosa.

O Manowar é a própria personificação do estilo. Levam a sério seu discurso e com isso arrebatam muitos seguidores. O setlist que abrangeu toda a sua carreira marcou a volta da banda ao Brasil numa noite magistral  de devoção ao metal.

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