Os italianos do Maneskin fizeram a estreia no Brasil em grande estilo, como a segunda maior atração do Palco Mundo do Rock In Rio nesta quinta-feira, 08, e se mostraram um grande acerto do festival na noite de destaque do rock.
Chegando depois CPM22 e The Offspring e como a última atração antes dos headliners Guns N’ Roses, todas bandas mais do que bem estabelecidas no rock, os artistas mostraram uma desenvoltura invejável. Em momento algum o enorme palco pareceu pequeno para o Maneskin, que domina a platéia sem dificuldades com carisma sensual e disruptivo, presença de palco explosiva e uma sonoridade ainda mais rock n’ roll ao vivo, que beneficia até mesmo singles mais recentes como “Mamma Mia” e “Supermodel”.
Para os céticos, a imagem da Cidade do Rock abarrotada e cantando as letras – de todas as músicas, não só de “Beggin'” – aos berros deve ser mais do que suficiente. Se é preciso ver para crer no Maneskin enquanto um fenômeno absoluto do rock, os longos solos frenéticos do guitarrista Thomas Raggi e a baixista Victoria de Ângelis são prova que os italianos possuem, além de atitude e hits virais, musicalidade que justifica o lugar conquistado.
“Para nós, é uma grande honra tocar no Rock In Rio”, disse o vocalista Damiano David ao evocar a memória do show histórico do Queen no festival. Em um perfeito momento de união entre passado, presente e futuro, a banda fez um breve cover acústico de “Love of My Life”, com um coral memorável do público. Mais tarde, a banda também fez uma versão de “I Wanna Be Your Dog”, do The Stooges.
E diferente dos gigantes do gênero, que costumam entregar shows precisos, porém mais ensaiados, Maneskin traz um respiro pela imprevisibilidade e perigo iminente da banda no palco: a transmissão da televisão parece preocupada em mostrar algo provocativo demais, as equipes de filmagem sofrem para localizar os músicos correndo perto do público, ansiosos pela troca física com a plateia.
O show do Maneskin é um acerto duplo: a banda mostra todo o poder de fogo enquanto um dos maiores representantes da nova geração do rock e o Rock In Rio, muitas vezes criticado pelo público roqueiro por repetir as atrações do estilo, mostra a capacidade de renovação ao trazer o show frenético do Maneskin em destaque nesta edição.
LEIA TAMBÉM: Damiano David, do Måneskin: “Ninguém está mantendo o rock vivo. É impossível matá-lo”