No último dia 09, o lendário Madball desembarcou no Espaço Usine para uma apresentação exclusiva que celebra os 30 anos do icônico álbum Set It Off. Mesmo sendo uma segunda-feira, a casa recebeu um excelente público, provando que o hardcore ainda pulsa forte em São Paulo. A abertura ficou por conta da banda Paura, uma das mais respeitadas do hardcore brasileiro, que aqueceu o público com sua energia contagiante.

A abertura do show do Paura começou com atraso devido a problemas enfrentados na alfândega do Chile, como relatou o vocalista Fábio Prandini. No entanto, a demora só aumentou a expectativa dos fãs, que foram recompensados com uma apresentação intensa. Abrindo com a poderosa “Karmic Punishment”, o grupo mostrou por que é um dos nomes mais respeitados do hardcore nacional, entregando riffs pesados e vocais ferozes que incendiaram o público.

Em uma sequência avassaladora, músicas como “Urban Decay” e “Reverse the Flow” deixaram claro o compromisso da banda com letras afiadas e críticas sociais contundentes. O momento mais visceral veio com “No Hard Feelings!? Fuck You!”, que incendiou o local com vários mosh pits e muito stage diving. Paura manteve a conexão com o público em faixas como “The City is Ours” e “Level of Maturity”, reafirmando seu domínio no palco. Encerrando com a impactante “History Bleeds”, a banda entregou uma performance memorável, mostrando que, mesmo com contratempos, o hardcore sempre prevalece com força, atitude e união.

O show do Madball foi uma verdadeira celebração da cultura hardcore. A banda, ícone do gênero, entregou uma performance memorável que uniu energia bruta, conexão com os fãs e momentos de pura catarse coletiva. Com um setlist repleto de clássicos e faixas marcantes, o público foi levado a uma jornada intensa, que deixou claro o porquê do Madball ser uma das bandas mais respeitadas da cena.

Formado por Freddy Cricien (vocal), Mike Justain (bateria), Mike Gurnari (guitarra) e Brendan Porray (baixo), o grupo mostrou por que são considerados pilares do hardcore mundial. Iniciaram com a clássica “Set It Off” e a resposta do público foi imediata: rodas se abriram por toda a pista e a loucura tomou conta do lugar. A sequência com “Smell the Bacon” e “Lockdown” manteve o ritmo frenético. Era impossível não notar a entrega do público, que cantava cada verso e se jogava com fervor nas rodas, algo que só o hardcore pode proporcionar.

Entre essas primeiras músicas, houve uma pequena pausa enquanto um som de Johnny Cash tocava nos PAs. Com tudo resolvido, tocaram “Never Had It”, com Freddy gritando e correndo de um lado ao outro do palco com uma energia invejável. O vocalista comentou que fazer esse show era como uma missão, já que enfrentaram alguns problemas no Chile, o que atrasou o início no Brasil em quase meia hora. Apesar de ser uma segunda-feira, ninguém ligou.

O setlist foi cuidadosamente pensado para agradar tanto os fãs de longa data quanto os mais novos. Clássicos como “Across Your Face” e “For My Enemies” incendiaram o público, enquanto faixas como “Doc Marten Stomp” e “Rev Up” trouxeram uma atmosfera mais atual sem perder a essência do Madball. A inclusão do cover de “It’s My Life”, do The Animals, foi uma surpresa bem-vinda, mostrando a versatilidade da banda e sua capacidade de homenagear suas influências de forma autêntica.

Um dos momentos mais marcantes da noite aconteceu durante “Look My Way”, quando uma fã argentina subiu ao palco para cantar junto com Freddy Cricien. A cena foi emocionante e representou o espírito do hardcore: inclusão, união e respeito mútuo. Mais tarde, a mesma fã voltou ao palco durante “Born Strong”, arrancando aplausos e aprovação dos presentes. Esses momentos de interação deram ao show um clima ainda mais intimista, apesar da intensidade característica do gênero. Freddy salientou: “Não temos grade, o palco é de vocês!”. Os fãs fizeram a festa, subiram no palco e se jogavam a todo momento, alguns até chegaram a cantar alguns versos em uma verdadeira comunhão.

Em “Pride”, Freddy aproveitou para dedicar a música ao Sepultura e ao Questions; aliás, o vocalista fez o show todo com a camiseta da banda paulista de hardcore. O encerramento com “100%” foi o clímax perfeito. A faixa, um verdadeiro hino do hardcore, foi cantada a plenos pulmões por todos os presentes. Era difícil saber quem estava mais empolgado: a banda, que tocava com uma intensidade incrível, ou o público, que parecia ter guardado suas últimas forças para aquele momento. O chão do local parecia tremer com os saltos e gritos dos fãs, criando uma atmosfera quase tribal.

O show do Madball em São Paulo foi mais do que um evento musical – foi um ritual de união e resistência, onde banda e público se tornaram um só. A performance impecável, o setlist poderoso e a energia contagiante dos fãs fizeram desta uma noite inesquecível na história do hardcore na cidade.

O público de São Paulo mostrou mais uma vez por que a cidade é considerada um dos melhores lugares do mundo para shows de hardcore. A entrega foi total: desde o início, com rodas intensas, até os momentos mais emocionantes, como os fãs no palco fazendo stage diving e até mesmo cantando as músicas com a banda. Era visível que a noite foi especial não só para os fãs, mas também para a banda, que agradeceu repetidamente pela recepção calorosa e pela energia avassaladora que proporcionaram. 

Tags:
Categorias: Notícias Resenhas