Realizando três shows em solo nacional, Lucifer fez a sua segunda performance no Brasil na noite do último domingo, 06, na Fabrique Club.
Após um show no Rio de Janeiro, a banda segue para Belo Horizonte, encerrando a passagem da Satanic Panic Tour por aqui.
A data na capital paulista foi marcada por uma tarde – e noite – regada por metal. Iniciando cedo, as bandas Nightprowler, WeeDevil, Tantum, Pesta e Space Grease se apresentaram antes do show principal.
Quando chegou a vez de Lucifer, a plateia do Fabrique Club se empolgou assim que a banda subiu ao palco. Com “Crucifix (I Burn for You)”, eles deram início à noite. A sonoridade do grupo é bastante única, e mistura uma série de elementos, tornando assim, por vezes, colocá-los dentro de um gênero do metal.
O que é possível, é perceber a qualidade que a banda possui, tanto em estúdio, quanto ao vivo. Tudo sobre as músicas conversa bem, mas é impossível não destacar a vocalista Johanna Sadonis. Com sua voz e presença de palco única, ela capta a atenção de todos, tornando a performance bastante diferenciada.
A luz vermelha que ilumina o palco torna a experiência ainda mais imersiva. A bela performance de “Dreamer” foi uma ótima pedida no setlist, que empolgou os fãs, levando-os a cantar o refrão que gruda à mente.
Em seguida, “A Coffin Has No Silver Lining” veio como uma amostra do poder que o álbum mais recente do grupo tem. Lucifer V, lançado no início de 2024, conta com algumas excelentes músicas, tendo, até mesmo, grandes destaques de sua discografia.
O show da banda é marcado por bastante melodia e riffs pesados. Formado por Sadonis, Nicke Andersson (bateria), Martin Nordin (guitarra), Linus Björklund (guitarra) e Harald Göthblad (baixo), eles entregam uma performance que entretém do início ao fim.
Dois destaques da apresentação que merecem ser pontuados são “Fallen Angel” e “At The Mortuary”, esta última em especial, sendo citada pela vocalista como a sua favorita de se performar ao vivo e, verdadeiramente, é possível perceber o quão confiante e confortável ela se sente ao cantá-la.
Na realidade, todas as músicas do novo álbum são ainda melhores quando executadas ao vivo. A bateria assume uma potência diferenciada, enquanto as cordas tornam-se ainda mais melódicas, e os vocais, precisos.
A dupla de guitarristas se entende muito bem, complementando-se perfeitamente bem, com bastante harmonia. Apesar de os solos serem muito bons, o que conquista nas músicas do Lucifer são os riffs. Carregados de cadência e peso, eles são icônicos.
Mas não são apenas as músicas do novo álbum que valem ser pontuadas. “Bring Me His Head” é um exemplo de explosão sonora e visual, com luzes brilhando intensamente, enquanto a banda quebra tudo com seus instrumentos.
Lucifer entrega um show curto, rápido e com pausas mínimas, de maneira a parecer que poucos minutos se passaram.
Não há o que apontar de negativo em seu show. É definitivamente impressionante o quão semelhante sua performance ao vivo é com a versão de estúdio.
Mesmo que trazendo uma certa teatralidade, a banda não se apoia nisso, mas se utiliza desse aspecto para criar uma ambientação perfeita e convidativa para suas músicas.
Com um som repleto de referências aos anos 1970, não é difícil imaginá-los como uma das bandas que entrará para a lista de clássicos do metal.
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