Lançado originalmente em vinil, em 1979, e dono de uma capa bizarra, Lovehunter, do Whitesnake, entra facilmente nos top 5 melhores álbuns já lançados da banda — se não no top 3.
O ex-Deep Purple, David Coverdale, uniu Micky Moody e Bernie Marsden (guitarras), Neil Murray (baixo), Dave Dowle (bateria) e Jon Lord (teclados) em um registro regado a blues e sons groovados que se destaca dentro do estilo.
O álbum já se inicia com “Long Way From Home”, uma das melhores músicas da carreira do Whitesnake — e a melhor de Lovehunter. A guitarra característica do blues, aliada a bateria groovada encaixam perfeitamente com a voz versátil de David Coverdale, que desde muito cedo, já tinha características marcantes do hard rock.
O solo curto é mais um destaque e o momento em que Coverdale canta apenas com a bateria vem para fechar o pacote de maneira impecável. Esta é a principal faixa do trabalho e atingiu a posição 55 nas paradas do Reino Unido.
Seguindo na mesma linha, o riff introdutório de “Walking In The Shadow Of The Blues” antecede os vocais de Coverdale em uma demonstração, apesar de brega pelo conceito da faixa, de um bom blues, bebendo muito da fonte da antiga banda do frontman. Essa é mais uma faixa em que os instrumentos têm destaque semelhante, todos muito bem escritos e executados, em uma performance perfeita.
Diminuindo o ritmo, David Coverdale inicia a sua súplica em “Help Me Thro’ the Day”, em uma música sensual com um grande riff de baixo. Os vocais “dengosos” se encaixam perfeitamente, com a proposta da música que, mais uma vez, traz um grande solo, desta vez, mais longo.
Voltando aos elementos mais groovados, “Medicine Man” vem em seguida, iniciando com um bom riff de guitarra, que se repete durante a extensão da música. O solo inicia com elementos do riff de guitarra inicial, mas logo se desenvolve e cria uma outra atmosfera para a música.
Apostando em vocais um pouco mais altos, Coverdale entrega um refrão que conta com backing vocals e dão um grande diferencial à faixa.
Em “You N’ Me” a qualidade cai um pouco. A música destoa um tanto quanto do restante do álbum, podendo ser percebidos alguns elementos de rockabilly.
“Mean Business” antecede a grande “Lovehunter” que, nomeando o disco, conta com excelentes riffs de baixo, em especial, quando contrasta com a voz de Coverdale e com a guitarra baixa.
O ritmo e cadência da faixa também são pontos altos, que a tornam altamente dançante e viciante.
Mudando a levada mais agitada das músicas anteriores, “Outlaw” recebe os vocais de Bernie Marsden, sendo este, o único momento em que Coverdale não faz os principais. As guitarras, aliadas aos teclados, criam uma atmosfera diferente na faixa, mas ainda assim, dentro do padrão que vinha sendo construído no restante do álbum.
Encaminhando-se para o final, “Rock n’ Roll Women” tem um riff interessante, e segue em um ritmo viciante, que se estende ao refrão muito bem elaborado.
Em “We Wish You Well”, o que poderia ser uma linda balada é, na realidade, um minuto de música dedicando o melhor ao ouvinte. Se ela fosse mais longa e mais bem trabalhada, como uma verdadeira canção, teria tudo para ser uma das melhores do álbum.
Às vezes um tanto quanto esquecido dentro da discografia do Whitesnake, Lovehunter prova-se um álbum não só acima da média, mas sim um ótimo registro, com faixas que se destacam e ligam-se entre si, criando toda a atmosfera para ele.
Mesmo que algumas melhores que outras, não há nenhuma música ruim, sendo que, em minha opinião, a única que poderia ter sido melhor aproveitada é “We Wish You Well”.
David Coverdale é um frontman reconhecido dentro da cena do rock e sua voz se encaixa tanto em composições mais pesadas, com guitarras em uma estética do hard rock, quanto os grooves e dançantes que são exigidos dentro do blues.
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