Escolha ousada para o lineup do festival, Dead Fish, inaugurou o palco Budweiser no Lollapalooza Brasil 2025 no início da tarde desta sexta-feira, 28. Conhecido por ser o espaço para as apresentações dos headliners, o público chegava no festival desde a abertura dos portões; em sua maioria, fãs da cantora pop Olivia Rodrigo, última artista a se apresentar na noite. 

A banda de hardcore formada em 1991 em Vitória, no Espírito Santo, lançou o disco Labirinto da Memória no início de 2024 e passou o ano se apresentando pelo Brasil para um público fiel e para uma audiência nova, que está agora se habituando com o hardcore nacional. Comportamento também visto no festival, onde era perceptível a presença de fãs novos e fãs em potencial.

Conversamos com algumas pessoas que estavam presentes para ver o show. As fãs de Olivia Rodrigo, Julia, 19, de Belo Horizonte e Maria Fernanda, de 17, do Rio de Janeiro, dizem: “Não conhecemos a banda e nunca fomos em um show de rock mais pesado, mas estamos animadas pra ter uma experiência diferente e conhecer os outros estilos que vão passar nesse palco hoje”.

Já Matheus, 19, de Praia Grande – SP, é fã da banda há algum tempo e diz que “a expectativa é que os fãs de Olivia Rodrigo nem se levantem para o show”. Ele ainda disse que com certeza entraria nas rodas, famosas em shows de hardcore, e que veio para prestigiar o Fontaines DC, banda que cancelou os shows no Brasil porque o vocalista descobriu uma hérnia de disco. “Também estou animado para o show do Inhaler”, banda que também se apresenta no festival essa sexta.

O show do Dead Fish começou com o frontman Rodrigo Lima apresentando a banda e o clima político do grupo tomou conta da performance do início ao fim, com grandes críticas ao fascismo. O setlist contou com “Asfalto”, “Venceremos”, “Queda Livre” – onde a plateia puxou um coro de “Rodrigo!” após o vocalista dizer “Não sou a Olivia, mas sou Rodrigo, me aplaudam!” – e “Estaremos Lá”, música do último disco lançado pela banda. 

A banda, como de costume fez um show visceral, um pouco do oposto da receptividade do público, composta em sua grande maioria por fãs da headliner do dia.

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Head of Digital e fotógrafa de shows e festivais na ForMusic, fã de numetal e metalcore, mas sempre passeando em outros gêneros musicais, do pop punk ao mpb.