Fracasso ou álbum injustiçado? Há 40 anos, em 10 de novembro de 1981, o Kiss lançava Music From “The Elder”, um projeto conceitual com elementos épicos, orquestra e uma narrativa complexa que se tornaria o maior fracasso comercial da banda. 

O disco é o primeiro desde a saída do baterista Peter Criss, substituído por Eric Carr. Quando o produtor Bob Ezrin, responsável pelo clássico Destroyer (1976), soube de uma narrativa fantástica criada por Gene Simmons aos moldes de J. R. R. Tolkien e nos Vigias, personagens da Marvel, logo surgiu a ideia de um álbum conceitual que se tornaria um filme. 

O resultado final de Music From “The Elder” não poderia ser mais diferente: um fracasso de vendas, o álbum nem mesmo teve uma turnê e as músicas só foram apresentadas em algumas performances promocionais da época. Ace Frehley deixou a banda pouco depois. Apesar de aparecer nas capas dos lançamentos seguintes da banda, Killers e Creatures of the Night, ambos de 1982, o guitarrista não tocou nas gravações e só voltaria ao grupo em 1996. 

Em recente entrevista ao Yahoo! Entertainment, Paul Stanley e Simmons conversaram sobre os bastidores da produção e o motivo para fazer um álbum tão diferente de tudo que os fãs esperavam. 

Na visão de Stanley, o projeto refletia o estado de espírito e certa arrogância que tinha surgido na banda com o sucesso, deixando o público de lado para tentar provar o quão musicais poderiam ser. “Estávamos perdidos. Estávamos delirando”, afirmou. Então, éramos preguiçosos e acho que todos nos sentimos muito confortáveis ​​em um estilo de vida rico, por assim dizer, e nos preocupamos mais com a forma como nossos contemporâneos nos viam do que com nossos fãs. E eu acho que os fãs foram abandonados. Não conseguiríamos fazer um álbum de rock. Não tínhamos dentes”.

Simmons, o grande criador da narrativa do disco, considera o álbum “desonesto”. “Tem algumas músicas decentes lá. Mas o que faltava era a honestidade. Foi um álbum mal direcionado”, continuou Simmons, que gosta da música “I” por ser um hino por um estilo de vida sem drogas. 

Com conflitos pessoais e na banda, o produtor com problemas com drogas e o ego inflado de todos os envolvidos, o vocalista entende que o projeto foi o resultado de todos esses fatores. “Não foi culpa de ninguém em particular. Éramos todos nós. Era apenas um sintoma de todos nós não estarmos em um bom lugar”, observou Stanley. 

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