É impossível ouvir o termo Grunge e não lembrar das bandas de rock de Seattle que fizeram sucesso nos anos 80 e 90. Porém, o guitarrista e co-fundador do Soundgarden, Kim Thail, parece discordar do senso comum. 

Em uma recente entrevista para o Youtuber Peter Thorn, o músico refletiu sobre o rótulo usado para descrever as bandas da época, afirmando que – ao contrário de como é visto – o Grunge era muito mais uma “jogada de marketing” do que um termo realmente utilizado entre os próprios artistas.

“As pessoas mantinham-se fiéis à ética punk e Seattle fazia as coisas de forma diferente. Sabíamos isso. Mas não pensávamos naquilo como grunge – isso foi uma jogada de marketing”, relatou. 

A sonoridade de Seattle  

Durante a entrevista, Kim Thail também lembrou de como as bandas de Seatle passaram a assumir a identidade disseminada como grunge. De acordo com o guitarrista, tudo começou após o lançamento da compilação Deep Six, em 1986, que contava com a participação de artistas como os Melvins, Green River, Skin Yard, Malfunkshun, The U-Men e o próprio Soundgarden.

“Tinhamos a noção de que havia uma identidade estilística particular saindo de Seattle. Várias bandas do movimento punk underground recorriam a compassos mais lentos, em vez dos do punk hardcore”, explicou.

Para Kim, nunca houve intenção direta em criar um novo gênero, mas sim um processo natural, movido por influências e paixões musicais particulares. “Quando começamos, nem sabíamos o que estávamos fazendo, apenas tentávamos tocar ao mesmo tempo em que acomodávamos os vocais. Chris não estava propenso a gritar rápido por trás da bateria com alguma assinatura de tempo estranha, nosso interesse era em coisas que estávamos escrevendo, na maneira como estávamos tocando, meio que nos afastamos do hardcore”, afirmou. 

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Graduanda em Jornalismo com experiência em cobertura de shows e crítica cultural, colabora com o Wikimetal desde fevereiro de 2024. Com muito interesse na cena underground e independente nacional, encontra no jornalismo cultural uma chance de propagar esses nomes que são, muitas vezes, deixados de lado na mídia tradicional.