O guitarrista Kiko Loureiro conversou com a Guitar World sobre sua saída do Megadeth e contou sobre seus planos para o futuro.

Kiko saiu da banda em setembro de 2023 e foi substituído por Teemu Mäntysaari, surpreendendo os fãs. Ao falar sobre a saída, ele comentou: “Começou quando eu reservei uma viagem para casa, no Brasil. A última vez que eu estive lá foi em 2019, antes da pandemia, então eu cheguei em um ponto que falei ‘eu preciso visitar minha família’, então reservei uma viagem no período do Dia de Ação de Graças de 2023 porque o Megadeth nunca faz nada nessa época.”

Ele continuou: “Quando você é jovem, não é casado e não tem filhos, a mentalidade é: ‘quanto mais shows, melhor’. Mas minha filha tem 12 anos agora e eu quero passar um tempo com ela. Eu também quero estar lá jogando. Quando o lance do Megadeth aconteceu comigo em 2015, eu tinha uma filha pequena e gêmeos recém-nascidos. Eu estava sempre lutando por saber que precisava estar em turnê, mas também queria estar em casa com meus filhos e minha esposa. Então, a sensação de: ‘devo sair fazendo essa coisa de estrela do rock enquanto meus filhos estão em casa?’ continuava surgindo. E quanto mais momentos e datas importantes eu perdia, mais difícil era.”

A ideia de estar mais perto de casa bateu um pouco mais em 2023, com as coisas chegando ao auge durante a turnê de verão da banda. Loureiro diz: “Fui até Dave [Mustaine] em junho e disse: ‘Isso é demais. Não estou me sentindo no lugar ou no humor certo para dar 100%.’ Foi complicado para mim dizer porque eu queria tocar, mas sabia que precisava estar em casa. E, claro, Dave não estava esperando por isso. Tínhamos acabado de fazer um show na Flórida com os Misfits, e estava certo depois daquele show, conversei com Dave. E então o empresário do Megadeth estava lá, e eu os informei que não poderia fazer os shows de setembro. Eu me ofereci para ajudar a encontrar um substituto e fazer o que fosse necessário para ajudar o Megadeth a estar pronto para ir. “

Kiko Loureiro reflete sobre o Megadeth

Sobre seu tempo com o Megadeth, ele disse à Guitar World: “Estou muito orgulhoso do que fizemos. Dystopia foi vencedor do Grammy, e The Sick, The Dying… And The Dead! foi nomeado. Escrevi diversas músicas com Dave, toquei em lugares incríveis, fiz grandes turnês e ainda tenho um ótimo relacionamento com os caras. Posso olhar para trás e me orgulhar do que fiz com o Megadeth, e um dia terei orgulho de alcançá-los, vestindo uma camisa do Megadeth!”

Quanto à sua saída, ele explica: “São só vibrações positivas, cara. Já estive em situações no passado em que isso não acontecia e aprendi que quando você dedica sua vida a criar música com outra pessoa, você não quer sentimentos ruins. Não quero sentimentos estranhos ligados à música. Quando você faz música com alguém, você não quer se desconectar por causa de brigas estúpidas. Então, embora eu não quisesse mais estar no Megadeth, ainda estou orgulhoso. E estou feliz com isso – pois todos sabem que nem sempre foi assim quando se trata do Megadeth.”

Ele conclui: “Nove anos foram bons e eu me saí bem. Poderia ter sido mais – mas eu precisava sair por motivos pessoais. Tive a liberdade de escolher se queria ficar ou ir. Fiz minha escolha. Sem arrependimentos.”

Planos para o futuro

O guitarrista admitiu que embora não tenha certeza do que vem a seguir, ele já tem algumas músicas em andamento e provavelmente lançará um disco solo em algum momento.

“Mesmo antes de falar com Dave, eu tinha cerca de 11 músicas novas prontas. Em maio, gravei a bateria e, em junho, fiz as guitarras rítmicas para o que será um álbum instrumental de guitarra solo e melodias, e finalmente tenho tempo”, disse o guitarrista. “Essa é a parte divertida para mim – posso ficar mais solto, pois não preciso me preocupar com turnês. Tive que adiar a gravação, então estou muito animado para começar este ano.”

Ele acrescenta: “Finalmente consigo ser como Joe Satriani ou Steve Vai. Adoro tocar em bandas, mas nunca tive tempo ou coragem para sentar e ser como aqueles caras. Esta é a primeira vez que digo: ‘Bem, aqui está o Kiko’. Não o Kiko do Angra ou o Kiko do Megadeth – apenas o Kiko, e nada mais.”

O guitarrista também disse que está aberto a outras oportunidades e que “a porta continua aberta” com o Megadeth. “Não sei o que acontecerá no futuro e isso levará tempo”, diz o guitarrista sobre seu próximo passo além de lançar sua música solo.

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Jornalista musical há 8 anos, é editora do Wikimetal, onde une suas duas grandes paixões: música e escrita. Acredita que a música pesada merece estar em todos os lugares e busca tornar isso realidade. Slipknot, Evanescence e Bring Me The Horizon não podem faltar na sua playlist.