João Gordo revelou em suas redes sociais que a Polícia Militar tentou reprimir um evento social que ele organizou na zona leste de São Paulo, alegando aglomeração.
O evento aconteceu esse fim de semana no dia que o músico completou 57 anos. Para comemorar o dia, ele organizou uma ação solidária para arrecadar alimentos à Ocupação Alcântara Machado, uma ocupação localizada sob o viaduto de mesmo nome na zona leste da cidade.
Apesar de ter organizado o evento, o músico não compareceu devido às restrições da pandemia. Viviana Torrico, mulher de João, falou à UOL que o artista sai de casa, pois está triste devido a quantidade de amigos que perdeu para a pandemia de covid-19. “Às vezes o João não quer sair de casa. Ele disse que não estava bem no dia do aniversário e decidiu ficar em casa”, contou Torrico.
“Colou uma pá de gambé para reprimir a aglomeração ilegal da festa de aniversário de um tal de João Gordo”, escreveu o cantor em terceira pessoa no Instagram. Segundo Viviana, diversas viaturas apareceram ao local por volta das 11h questionando quem era o responsável pelo evento.
“Os policiais chegaram bem agressivos”, lembra ela, embora não tenha havido registro de agressão. “Perguntaram quem era o responsável pelo evento, em quê consistia o evento. A gente explicou que não tinha evento algum, que estava acontecendo um café da manha, que estávamos alimentando crianças e mulheres e recebendo doações”, explicou.
Quando a polícia checou que não havia movimentação de festa, pediu documento de algumas pessoas e, quando já estava quase indo embora, viu um homem com aparência semelhante à de João Gordo em um quarto. Este era Gabriel, voluntário do projeto social.
“Eu estava em um barraco colocando uma beliche nova com um dos voluntários, o Gabriel, que tem os mesmos trejeitos do João — isto é, gordinho, tem barba, bermuda. Eles viram o Gabriel e caíram matando em cima dele: ‘João Gordo, João Gordo’. Intimando muito. ‘Eu não sou o João Gordo, só estou montando o beliche da moça’, ele falou. Foi até engraçado”, contou Torrico.
Apesar do contratempo, João disse que a ação atingiu o objetivo de ajudar a ocupação. “Foi um dos melhores aniversários da minha vida. Muitas doações. Essa história de aniversário solidário é muito legal. Espero que os amigos, fãs e simpatizantes façam o mesmo em suas respectivas comemorações”, escreveu João.
Procurada pela UOL, a Polícia Militar informou em nota que “não localizou o chamado e atendimento para o local, data e horário citados, e ressalta que segue em apoio aos órgãos estaduais e municipais competentes para fiscalizações de aglomerações”.