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Ian Anderson, do Jethro Tull

Ian Anderson, do Jethro Tull. Créditos: Reprodução/Facebook

Entrevista Jethro Tull: Ian Anderson fala sobre vinda ao Brasil e novo álbum

Em entrevista ao Wikimetal, Ian Anderson deu detalhes sobre o processo de criação do disco ‘RökFlöte’

Jethro Tull estará aterrissando no Brasil em abril de 2024 para três apresentações exclusivas de sua nova turnê RÖKFLÖTE TOUR, após o adiamento de 2020 devido à pandemia. O fundador da banda, Ian Anderson concedeu uma entrevista para o Wikimetal no dia 14 de Março de 2024 e falou sobre suas inspirações para o novo disco RökFlöte, lançado em 21 de Abril de 2023, e também sobre o que esperar dos shows aqui no Brasil, entre outras curiosidades interessantíssimas. Confiram as datas no Brasil:

10 de abril – Porto Alegre
12 de abril – Curitiba
13 de abril – São Paulo 

Confira a entrevista com Ian Anderson, do Jethro Tull:

Wikimetal: Vamos começar falando do seu novo álbum RÖKFLÖTE, quais foram suas inspirações para a composição?

Ian Anderson: Na minha idade inspirações são iguais ao desespero para realizá-las, pois percebemos que não temos todo o tempo do mundo para escrever o álbum perfeito, e isso é uma sensação não muito boa, você coloca muita pressão no processo. Mas quando se tem certeza do objetivo que se quer alcançar, fica mais fácil.

No álbum anterior The Zelot Gene foquei mais no lado bíblico das letras, suas motivações e histórias. Neste trabalho quis ir para o lado politeísta do mundo antigo, ou seja, os vários Deuses do paganismo dos países nórdicos. É um tema riquíssimo, pois a mitologia nórdica está ligada a algumas fantasias e fascínios mantidos por muitas bandas de heavy metal e, claro, o lado negro da filosofia nórdica.

Este tema mais complicado precisávamos amenizar um pouco, então decidi tentar ter um olhar mais otimista para alguns dos deuses nórdicos e seus relacionamentos entre si. Especialmente o fato de que todos eles são com exceção de um, todos humanos superiores em forma e assim eles assumem as mesmas  personalidades humanas, que nós bem entendemos e nos identificamos. 

Cada uma das letras do álbum é inspirada na história de um determinado ser mitológico, mas trazendo alguns conceitos a nossa realidade, ao mundo no qual estamos vivendo. 

Canções inspiradas em deuses nórdicos

Ian Anderson: Quisemos colocar no álbum a história pagã dos personagens desses deuses como está escrito há cerca de milhares de anos, mas com alguns comparativos que podem ser feitos com personalidades do mundo atual.

O conceito da história dos vários deuses já aparece na primeira música, um poema escrito em língua nórdica antiga, a canção “Völuspa”, em tradução para o português “A profecia da vidente”, uma espécie de introdução ao mundo dos deuses nórdicos. 

WM: Conte-nos um pouco sobre a grafia do título do álbum RökFlöte, qual a história por trás desta escolha do Jethro Tull;

Ian Anderson: O título foi muito bem pensado, é um tema ótimo, o uso do trema (¨) nas duas vogais “O” foi propositalmente utilizado para representar a junção de RÖK, que é uma palavra islandesa, que significa “destino” e FLÖTE, que é a palavra “flauta” na língua alemã, que obviamente é minha marca registrada.

Então a palavra foi gramaticalmente elaborada para representar a força da língua nórdica, artifício perfeito que muitas bandas de heavy metal utilizam em suas grafias de nomes. Também representa a flauta, então fiquei muito orgulhoso do nome e também por ter ficado gramaticalmente muito correto na hora de elaborar o conceito.

Curiosidades de Ian Anderson

WM: Sabemos que é difícil, mas você possui alguma música favorita?

Ian Anderson: Realmente é impossível, minhas canções são todas únicas, seria como comparar meus filhos uns com os outros. Cada canção tem uma característica própria que as tornam especiais.

WM: O álbum, a princípio, era para ser todo instrumental? Porque depois você decidiu adicionar letras nele? Isto é verdade?

Ian Anderson: Na verdade, sempre foi para ser um álbum com músicas e letras, mas quando se começa com a composição as coisas vão se encaixando de maneira natural, nem sempre na ordem correta. Mas apesar de eu ter feito alguns álbuns instrumentais no passado, este não estava destinado a ser um deles.

WM: Agora conte-nos como foi chegar ao top 10 das paradas britânicas depois de tanto tempo, com o álbum The Zelot Gene?

Ian Anderson: É sempre bom ter o reconhecimento de um trabalho musical, mas não é o tipo de coisa que eu almejo, prêmios e posições nas paradas. Para mim, o mais importante é a música em si e a sensação que ela traz às pessoas, o prazer de compor e escutar um bom disco de rock n roll. Mas para as gravadoras, as vendas são muito importantes e então precisa existir e acaba sendo de grande importância no final das coisas.

Shows no Brasil em Abril de 2024

WM: Como você se sentiu ao precisar adiar vários shows, inclusive no Brasil, por conta da pandemia de Covid em 2020?

Ian Anderson: Foi um período difícil, tivemos que adiar todos os shows em 2020, aí em 2021 também precisamos adiar novamente, inclusive na Finlândia, tivemos que adiar três vezes. Todos ficamos trancados em casa esperando que nossos governantes conseguissem lidar com a crise. Mas agora parece que está tudo certo, temos as passagens e está tudo certo para ir ao Brasil e estamos felizes de poder finalmente realizar o show.

WM – Você pode dizer aos fãs brasileiros o que esperar dos shows aqui no país em Abril?

Ian Anderson: Claro, podem esperar um show completo com um pouco de tudo, algumas canções novas, mas também muitos dos clássicos que fazem parte da vida das pessoas, especialmente aí no Brasil, onde não fizemos muitas apresentações ao longo dos anos, então vamos tentar ao máximo trazer um show excelente para vocês.

WM: Você poderia dar sua opinião a respeito do uso da inteligência artificial na música?

Ian Anderson: Não penso a respeito disso, pois ao meu ver, programas de computadores, que são utilizados para criar arte, música, torna tudo falso. Pois o ser humano sempre vai ser o responsável pela criatividade e inteligência para criar a cultura. No meu caso, pela idade que já tenho, acredito que não verei muito o que isto irá se tornar. Minha arte ainda vem do meu cérebro e nenhuma máquina será capaz de substituir isto, este é meu pensamento.

WM: Muito Obrigada pela entrevista e pelo seu tempo!

Ian Anderson: Prazer foi meu.

Mais informações e entrevista na íntegra

A banda se apresentará com Ian Anderson na flauta, David Goodyear, no baixo, John O´Hara, nos teclados, Joe Parrish na guitarra e Scott Hammond na bateria. 

Confira a conversa na íntegra para outras curiosidades a respeito da banda, como a origem do nome e também o lançamento de uma bebida. Trata-se de um Rum especial com edição limitada, com a temática da obra “The Songs Of The Woods”, confira no instagram do Jethru tull.

Confira aqui o vídeo da entrevista para a wikimetal na íntegra:

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