É difícil falar sobre um show do Iron Maiden. Até porque é mais do que um show. Tudo funciona para criar um espetáculo maior do que qualquer outro. A Legacy Of The Beast Tour é música, é filme, é história, é videogame. É tudo.
A começar pela banda de abertura, o The Raven Age, que conta com George Harris, filho do baixista do Iron. O grupo apresenta um metalcore melódico de primeira qualidade, que garantiu total apoio dos fãs da banda principal.
Conspiracy, disco do Raven Age lançado recentemente, é um dos exemplos que provam que o rock continua vivo e bem. O show é pesado, tecnicamente bem executado e poderoso. Uma ótima forma de preparar o terreno para o Iron Maiden.
Quando o sexteto entra no palco, ao som do discurso de Winston Churchill, o público sabe o que está prestes a ver. É impossível assistir impassível. Por isso todos os gritos, aplausos e expressões de êxtase. Ninguém pensa, “será que o show vai ser bom?”. Você tem certeza de que será.
O Estádio do Morumbi, em São Paulo, parecia estar sediando uma final de Copa do Mundo. No fim de cada faixa, era um gol do Iron Maiden, com comemorações efusivas. Pra isso, a banda apresenta uma verdadeira ópera do metal. Começando com “Aces High”, com um caça da aeronáutica britânica sobrevoando o palco e Bruce Dickinson com trajes de piloto.
Bruce é o mestre de cerimônias e ator principal do espetáculo. Ele troca de trajes e de personagem a cada nova música, visto que todas elas são extremamente épicas e com temáticas muito literárias.
Em “Where Eagles Dare”, por exemplo, o palco se transforma em uma paisagem nevada. Em “The Clansman”, música originalmente cantada por Blaze Bayley, vivenciamos uma luta pela liberdade da Escócia, e por aí vai.
Além de Bruce, os músicos Steve Harris, Nicko McBrain, Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers são verdadeiros mestres. As guitarras berram, o baixo cavalga e a bateria comanda o pelotão de guerra avassalador que é a banda.
O Iron ainda revive um clássico dos anos 1980, “Flight Of Icarus”, em que Bruce Dickinson desfila, além de um vocal perfeito, dois lança-chamas em referência às asas derretidas do personagem Ícaro.
Depois, vem a sequência destruidora de “Fear Of The Dark”, “Number Of The Beast” e “Iron Maiden”. São momentos épicos, quando o público se torna um coro unificado que narra as tragédias encenadas pela Donzela de Ferro.
“The Evil That Men Do” abre a sequência final, com “Hallowed Be Thy Name” e “Run To The Hills” consagrando o passeio pela história segundo o Iron Maiden. No final, passadas todas as fases que se desenvolvem no palco, mais uma sacada genial da banda: as caixas de som tocam “Always Look on the Bright Side of Life”, música da clássica comédia A Vida de Brian, do grupo Monty Python. No show, assim como no filme, as sagas épicas se encerram e o sentimento que fica é de que aquela experiência é, definitivamente, uma que nunca sairá da mente de ninguém.
Abaixo veja as fotos de Leca Suzuki com exclusividade para o Wikimetal!
Setlist:
- Aces High
- Where Eagles Dare
- 2 Minutes to Midnight
- The Clansman
- The Trooper
- Revelations
- For the Greater Good of God
- The Wicker Man
- Sign of the Cross
- Flight of Icarus
- Fear of the Dark
- The Number of the Beast
- Iron Maiden
- The Evil That Men Do
- Hallowed Be Thy Name
- Run to the Hills