Mesmo aqueles que não são grandes fãs de metal já ouviram falar do Iron Maiden. Até quem não conhece nenhuma música deles entende a dimensão da banda, o que só foi comprovado na noite da última sexta-feira, 06, no Allianz Parque, em São Paulo.
A discografia da banda é invejável, com inúmeros hits e faixas que marcaram vidas. Inclusive, algo interessante a respeito da banda, é o fato de que eles são capazes de unir gerações. Havia famílias completas no show, mostrando que a música ultrapassa barreiras de idade.
A abertura da noite ficou a cargo dos dinamarqueses do Volbeat, que fizeram um show bastante preciso, mas que não empolgou o público, apesar da boa qualidade das músicas e dos artistas que as interpretavam.
A turnê atual do Iron Maiden, The Future Past, gerava bastante ansiedade no público brasileiro, que esgotou ambas as datas da passagem do grupo pelo país, sendo que a outra acontece neste sábado, 07.
Os shows têm como enfoque as músicas do Somewhere In Time (1986) e o mais recente do grupo, Senjutsu (2021). A The Future Past Tour nos convida a ouvir músicas não tocadas há anos e outras nunca antes ouvidas ao vivo.
Após a performance de Volbeat, foi a vez da grande atração subir ao palco. Antes mesmo de ela iniciar, o estádio já gritava o clássico “olê, olê, olê, olê, Maiden, Maiden”.
A ansiedade era quase palpável quando “Doctor Doctor”, do UFO, soou nas caixas de som. A música é indicativo que o show está para começar.
Mas nada supera o momento explosivo em que a banda pisa no palco e “Caught Somewhere In Time” se inicia. Foi aqui que aconteceu o primeiro “Scream for me, São Paulo”, e o público não decepcionou, assim como na cantoria da faixa.
O show que o Iron Maiden faz só pode ser descrito como um verdadeiro espetáculo. Todo o conceito da turnê é refletido em seu cenário, perfeitamente montado, com cores, luzes e efeitos que criam a atmosfera perfeita para uma noite memorável.
Cabe aqui um destaque às músicas de Senjutsu, como “The Writing On The Wall” e “Days Of Future Past”, excelentes pedidas ao setlist. Enquanto isso, a lenta “Death Of The Celts” acabou por quebrar o ritmo que a noite levava.
Outro destaque é direcionado à voz de Bruce Dickinson que, mesmo após tantos anos, continua praticamente perfeita, com falhas mínimas. A performance de toda a banda impressiona e o dinamismo que eles possuem em palco também.
Qualquer um que tenha dúvidas sobre a formação atual do Iron Maiden deve assistir a um show da banda. Em poucos minutos essa opinião mudará. A química que eles possuem é evidente e fator determinante na excelente performance que entregam.
O público se manteve atento e presente durante todo o show. Sempre que Dickinson comandava uma interação, os fãs respondiam em peso.
Músicas como “The Prisoner”, “Can I Play With Madness” e “Heaven Can Wait” – as duas últimas, nas partes em que nomeiam as músicas – fizeram o público cantar junto à banda.
Mas talvez o momento mais aguardado da noite por boa parte dos fãs foi a execução de “Alexander The Great”, que até essa turnê, nunca havia sido tocada ao vivo – e a espera valeu a pena.
A parte final da apresentação ficou marcada pelos sucessos “Fear Of The Dark”, “Iron Maiden”, “The Trooper” e “Wasted Years” – as últimas 3 acompanhadas por “Hell On Earth”, no bis.
Um clássico é um clássico, certo? E o Iron Maiden provou que tem muitos em seu repertório, cravando, mais uma vez, a sua importância para o heavy metal, não que eles tivessem que provar nada a ninguém.
A performance da Donzela de Ferro é mais do que apenas um show, é uma experiência. Uma experiência totalmente sensorial, que faz você manter todos os sentidos o mais aguçados o possível a fim de não perder um detalhe sequer.
Os guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers se completam de tal maneira que hoje é difícil imaginar o Iron Maiden sem um deles. Nicko McBrain é um absoluto talento na bateria e um exemplo de superação. Bruce Dickinson impressiona por sua voz soar tão cristalina, e Steve Harris é pilar fundamental na banda, tendo influenciado uma série de baixistas ao longo dos anos.
O grupo encerrou o primeiro dia de sua passagem da mesma forma como a iniciou: com excelência.
Confira as fotos da nossa fotógrafa colaboradora Leca Suzuki:
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