A década de 1980 é, provavelmente, a mais polêmica dentro da história do metal. É quando o lema sexo, drogas e rock n’ roll tornou-se ainda mais potente e evidenciado, tanto nas vidas pessoais dos rockstars, quanto nas próprias músicas que compunham.

Um movimento que exemplifica bastante esse caso, é o glam metal. Muito popular nos Estados Unidos, em especial, em Los Angeles, ele é famoso não apenas por suas canções, mas também por toda a estética envolvida nele. Mötley Crüe, Poison, Cinderella são alguns dos nomes que dominavam a cena, tendo altos níveis de popularidade — mesmo que não tenham mantido com o passar dos anos.

Outro grupo que também fez sucesso durante essa época foi o Ratt. Em 1985, lançaram seu segundo álbum de estúdio, intitulado Invasion Of Your Privacy. Uma das principais características do glam metal, é a voz dos vocalistas, que costuma ser aguda e rasgada. Aqui, Stephen Pearcy tem estes elementos, mas não tão evidenciados.

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A faixa que abre o disco é “You’re In Love”, com um riff de guitarra que cria a sua levada. Construída de maneira mais simples, o título da música é repetido diversas vezes durante sua extensão, tendo pouca variação nela. É um tanto quanto sem graça, talvez por essa repetição excessiva, e ter uma linha muito reta a ser seguida.

Em comparação, “Never Use Love” é mais interessante, com um refrão melhor elaborado, sendo mais melódica e divertida. Mas a música que realmente levanta o álbum é o principal single, “Lay It Down”. As linhas de bateria cadenciadas de Bobby Blotzer são as principais responsáveis por essa sensação, já que criam uma boa atmosfera rítmica, além do solo melódico.

Uma curiosidade sobre a música, é o fato que a modelo que protagoniza o videoclipe é Marianne Gravatte, que também estampa a capa do álbum, e trabalhava para a revista Playboy.

Um bom riff de guitarra é o responsável por dar sequência ao registro, com “Give It All”, mas isso é um dos únicos pontos altos dela, fora o solo de guitarra. As músicas, mesmo que curtas, começam a se tornar cansativas, muito por conta de não trazerem nada de especial.

“Closer To My Heart” é um destaque no registro. Os acordes de violão trazem todo um diferencial à música, que combina bastante com a voz de Stephen Pearcy. Quando o restante dos instrumentos ganha mais força, ela toma outra forma, tornando-se mais potente e presente.

Em “Between The Eyes”, todos os elementos funcionam igualmente bem, desde o riff de guitarra inicial até a bateria explosiva. A voz entra um pouco em contraste com o restante da faixa, quando soa, em alguns momentos, mais “lenta” do que seria, em teoria. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário.

“What You Give Is What You Get” é uma boa canção, com um refrão que gruda à mente e antecede “Got Me on the Line”, que passa sem grandes destaques.

A ambientação formada pelo instrumental em “You Should Know by Now” é muito bem vinda e tem como melhor momento quando fica apenas voz e bateria. Por fim, o álbum se encerra com “Dangerous But Worth the Risk”, que traz mais do mesmo.

Invasion Of Your Privacy é um álbum curto, conta com pouco mais de 36 minutos, e a sensação é de que falta algo. As músicas não são ruins, longe disso, mas é como se precisassem de um toque especial, ou que fossem mais bem trabalhadas. O trabalho passa a impressão de repetição entre as faixas, tornando-as cansativas.

A primeira parte dele decepciona, o que não faz muito sentido, uma vez que as melhores músicas deveriam sempre vir primeiro, em especial, por conta da época em que foi lançado, com a música sendo consumida em forma de vinil. A dupla de guitarras, formada por Robbin Crosby e Warren DeMartini faz um bom trabalho, mas também, não há nada de inovador ou que chame muito a atenção.

Em um geral, não há elementos únicos ou que os diferenciam, mas algo a ser destacado são os vocais de Pearcy. Diferentemente de outras bandas do glam metal, ele não tem uma voz estridente e que incomoda mas, ainda assim, não é o tipo que agrada a qualquer um.

Após um tempo escutando o registro, ele se torna previsível, como se o ouvinte já soubesse o que irá acontecer na próxima música. Isso pode ser algo positivo ou negativo, mas fato é, ele alterna entre bons e maus momentos, mas não é um álbum ruim.

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